presidente americano Donald Trump se comprometeu, nesta terça-feira (23), em Belém, na Cisjordânia ocupada, a “fazer tudo” para ajudar israelenses e palestinos a alcançar um acordo de paz. Após uma reunião com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, ele afirmou que os palestinos estão “prontos para buscar um acordo de paz”.
“A paz é uma escolha que devemos fazer a cada dia e os Estados Unidos estão aqui para ajudar a tornar este sonho possível”, declarou Trump ao lado de Abbas.
“Estou comprometido a tentar alcançar um acordo de paz entre os israelenses e os palestinos, e tenho a intenção de fazer tudo o que for possível para ajudá-los a alcançar este objetivo”, disse Trump.
“O presidente Abbas me assegura que está preparado para trabalhar de boa fé sobre este objetivo e o primeiro-ministro (israelense Benjamin) Netanyahu me prometeu o mesmo”, completou, um dia depois de uma reunião com o chefe de Governo de Israel.
Abbas defendeu a solução de dois Estados, que implica a criação de um Estado palestino independente, tema sobre o qual Trump não falou nada.
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi recebido pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, na sede do governo em Belém, na Cisjordânia, nesta terça-feira (23) (Foto: Fadi Arouri/ Reuters)
“Reitero, mais uma vez, nossa posição que é a de dois Estados ao longo das fronteiras de 1967. Um Estado palestino com a capital em Jerusalém Oriental que viva ao lado do Estado de Israel, com segurança e paz”, disse Abbas.
“Estamos prontos para abrir o diálogo com nossos vizinhos israelenses para reforçar a confiança e criar uma verdadeira oportunidade para a paz”, completou Abbas.
O presidente palestino destacou que seu “problema fundamental não é contra o judaísmo como religião e sim contra a ocupação, a colonização e a recusa dos israelenses em reconhecer o Estado da Palestina, como nós fizemos com eles”.
Trump destacou, ao abordar outras questões, a necessidade de estimular o potencial da economia palestina, “que se encontra em uma etapa difícil”.
Medidas a favor dos palestinos
O governo israelense adotou no domingo, a pedido de Trump, algumas medidas para facilitar a vida dos palestinos e favorecer sua economia, especialmente as viagens ao exterior e os deslocamentos de dezenas de milhares de palestinos que trabalham em Israel.
Abbas recebeu o presidente americano no palácio presidencial de Belém. Trump chegou ao local em um comboio que passou pelo muro construído por Israel para “proteger” o país dos ataques palestinos e pelo não menos impressionante ‘checkpoint’ que controla a passagem de Belém a Jerusalém.
Trump teve condições assim de contemplar a realidade da convivência entre israelenses e palestinos, depois de iniciar, na segunda-feira em Jerusalém, sua caminhada em um dos conflitos mais antigos do planeta.
Grande parte da cidade de Belém vive à sombra do muro, uma “barreira de segurança” para os israelenses e um “muro do apartheid” para os palestinos.
Na estrada, no entanto, foi colocada uma grande faixa com a frase, em inglês: “A cidade da paz saúda o homem da paz”. Além disso, o caminho estava repleto de bandeiras americanas e era vigiado pelas forças de segurança palestinas.
Na segunda-feira, em Jerusalém, Trump destacou ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que “de todos os acordos”, o de Israel com os palestinos “é um dos mais duros, mas tenho a impressão de que acabaremos conseguindo. Espero”.
Primeira viagem internacional como presidente
Após visitar Arábia Saudita, Israel e a Cisjordânia, Trump irá para a Europa. Depois de se encontrar com líderes muçulmanos na Arábia Sauditas, visitar locais sagrados em Jerusalém para católicos e judeus em Jerusalém, Trump irá se encontrar com o Papa Francisco, no Vaticano, na quarta-feira (24), segundo a CNN.