O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama qualificou nesta quinta-feira (25) a reforma da saúde, conhecida como Obamacare, como o “maior orgulho” em seus oito anos na Casa Branca e lamentou que o avanço esteja “em perigo”.
Durante encontro em Berlim com a chanceler alemã, Angela Merkel, Obama falou sobre a cooperação internacional e fez um apelo: “não podemos nos esconder atrás de muros”.
O ex-presidente participou de um evento organizado pela Igreja Protestante Alemã, em frente ao Portão de Brandemburgo. Segundo o Guardian, os dois líderes responderam a perguntas sobre democracia feitas por um professor, um ator, um assistente social e um estudante.
É a primeira vez que ele vai à Europa após o fim de seu segundo mandato como presidente dos EUA. Em sua fala, Obama disse que o maior feito no cargo foi proporcionar atenção médica universal aos norte-americanos, mas reconheceu que não atingiu o objetivo de alcançar 100% da poplução dos EUA.
“Quando uma pessoa tem um cargo público, deve reconhecer que não conseguirá atingir 100% do que quer. O que é preciso é trabalhar junto com novas pessoas que compartilham seus valores e sua visão para fazer coisas melhores, mas sabendo que não chegará à perfeição”, afirmou Obama, citado pela agência EFE.
“Para 20 milhões de pessoas, a vida agora é melhor”, comentou, referindo-se àqueles que puderam, pela primeira vez, fazer um seguro de saúde nos EUA – país desenvolvido que não oferece cobertura universal na área.
Sem nomear o presidente atual, o republicano Donald Trump, Obama lamentou que os progressos alcançados em seu mandato estejam “em perigo”. Uma das propostas de campanha de Trump, e um de seus objetivos como líder dos EUA é derrubar o Obamacare.
Refugiados
Em sua fala, Obama também ressaltou a importância da luta contra a xenofobia, os nacionalismos, a intolerância e as tendências antidemocráticas. O democrata defendeu que a ajuda humanitária, a resolução de conflitos e a luta contra a mudança climática não são caridade, mas um investimento.
Após lembrar os esforços que realizou durante sua presidência, junto a Merkel, para avançar na paz na Síria, Obama sublinhou a necessidade de reconhecer que “o que ocorre em outros países, na África, na Ásia, na América Latina, tem um impacto em nós”.
Merkel fez referência à crise dos refugiados, quando em 2015 chegaram à Alemanha 890 mil solicitantes de asilo, defendeu sua política de “braços abertos” e sublinhou a solidariedade e a empatia mostrada por milhões de alemães naquele momento.
Como Obama, a chanceler reconheceu a impossibilidade de alcançar 100% das metas políticas, mas destacou a importância de perseguir os objetivos que são considerados valiosos e lembrou a história da Alemanha dividida e reunificada.
“É preciso olhar para frente”, disse Merkel.