O deputado federal, Victorio Galli (PSC), afirmou que não tinha conhecimento de que o valor de R$ 30 mil doados à sua campanha eleitoral em 2014 foi repassado pela empresa JBS, acusada de “comprar” parlamentares em troca de favores.
As doações foram divulgadas pela própria empresa em uma lista entregue ao Ministério Público Federal (MPF), em que continha todos os políticos que disputaram as eleições e que receberam recursos da empresa. Ao todo, foram quase R$ 600 milhões em doações aos candidatos.
“Era uma doação legal, legítima, declarada no TRE, sem problema nenhum. Não recebi da JBS. Recebi do PTB. Fiz parte de uma coligação que elegeu o Pedro Taques e nessa coligação tinha vários partidos e, entre eles, o PSD estava junto com o PTB. A doação que eu recebi é do PTB”, disse.
Além de Galli, figuram na lista o senador Wellington Fagundes (PR), os deputados federais Carlos Bezerra (PMDB), Fábio Garcia (PSB), Ságuas Moraes (PT), Valtenir Pereira (PMDB), Adilton Sachetti (PSB) e os deputados estaduais, o presidente da Assembleia Legislativa Eduardo Botelho (PSB), Max Russi (PSB) e Mauro Savi (PSB).
De acordo com o deputado à doação foi “mínima e que não faria diferença nenhuma em uma campanha para deputado”. Galli foi o segundo parlamentar de Mato Grosso que recebeu menor doação da JBS, perdeu apenas para Savi que recebeu R$ 6.338 mil.
“Eles colocam a gente em uma vala única. Isso seria propina se eles sentassem individualmente para conversar com cada um. No meu caso, não tive contato com ninguém deles”, disse.
Ainda segundo o deputado, em momento nenhum da doação houve a informação da origem do dinheiro, que só veio à tona após ele já ter sido eleito. “Assinei recibo e entreguei todas as prestações de contas, mas houve depois diligência que o TRE quis saber qual a fonte de origem, quando descobri depois da eleição que era da JBS. Antes eu não sabia a fonte, só que era do PTB”, disse.
Galli garantiu ainda que não foi procurado por nenhum executivo da empresa ou mesmo do PTB cobrando apoio em troca da doação feita. “Nunca tive contato com eles. Nunca me pediram para votar nada em relação a isso. Não tive conhecimento que existia essa situação”, disse.
O deputado afirmou ainda que “iria avaliar” o recebimento da doação caso soubesse antecipadamente que ela era feita pela JBS. “Se eu soubesse, de fato, poderia fazer uma avaliação. Mas como ainda era legitimo empresas doarem, então, correu normalmente e foi prestado conta”, encerrou.
Galli já assinou as Comissão Parlamentares de Inquérito mista e da Câmara que investigam a JBS.