O vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Gilmar Fabris (PSD), apresentou documentos que revelam indícios de irregularidades na atuação do ex-diretor do Hospital Regional de Sorriso, Roberto Satoshi Yoshida. A declaração foi dada em entrevista coletiva à imprensa realizada na tarde desta sexta-feira (26).
Ao mesmo tempo em que exercia a função pública, Roberto Satoshi mantinha contrato com a administração pública e recebeu nos últimos dois anos e três meses aproximadamente R$ 3,2 milhões. Os registros dos pagamentos podem ser conferidos no Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças (Fiplan).
“Vou encaminhar essa documentação ao Ministério Público e ao Conselho Regional de Medicina para apurar a conduta deste cidadão que se diz preocupar com a saúde pública, mas estava mesmo mais preocupado com o seu faturamento”, disse.
A Lei Complementar 04/1990, que trata do Estatuto dos Servidores Públicos, cita expressamente no artigo 144 que é proibido ao servidor público se valer do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem em detrimento da dignidade da função pública.
Ainda está proibida a participação em gerência ou administração de empresa privada, de sociedade civil, ou exercer comércio e, nessa qualidade, transacionar com o Estado.
Em 2015, a empresa Roberto Sathoshi & Cia Ltda recebeu R$ 1,838 milhão em razão de contratos mantidos com os cofres públicos. Em 2016, correspondeu a quantia de R$ 904,714 mil. Em 2017, em cinco meses de contrato, já foi registrado o pagamento de R$ 510,544 mil.
O deputado Gilmar Fabris ainda ressaltou que com a experiência de seis mandatos no Legislativo sempre identificou que a saúde pública enfrenta dificuldades em razão do aumento da demanda nos municípios.
Diante disso, tem contribuído com a destinação de emendas parlamentares para favorecer diversos municípios de Mato Grosso. “Já totalizamos R$ 5 milhões em emenda para saúde dos municípios e estou aberto ao diálogo para auxiliar naquilo que for necessário”.
No orçamento de 2017, já foram destinadas emendas parlamentares orçamento de 2017 que somam R$ 1 milhão para a saúde pública.
Fabris destaca que tem priorizado as demandas municipais e não critérios políticos no auxílio à saúde pública. O total de R$ 400 mil foi destinado ao município de Paranatinga para a reforma da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), R$ 300 mil para a reforma do Hospital de Santo Antônio de Leverger e outros R$ 300 mil para a compra de materiais e equipamentos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município de Barra do Garças.
Em 2016, uma emenda de R$ 900 mil foi destinada ao Pronto Socorro de Várzea Grande.
Fabris ainda ressalta que uma suspeita de irregularidade cometida por um médico não pode prejudicar toda a categoria. “Existem ótimos profissionais da saúde em Mato Grosso, nos diversos setores, que mesmo diante da dificuldade do dia a dia trabalha e muito para salvar vidas e oferecer qualidade ao cidadão”.