O governador Pedro Taques (PSDB) declarou na manhã desta quinta-feira (1º) que vai acatar as recomendações do Ministério Público Estadual (MPE) e Ministério Público Federal (MPF) a respeito das alterações no contrato do governo do Estado com as empreiteiras que compõem o Consórcio VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos). A declaração foi dada após participar do lançamento do Programa de Avaliação Diagnóstica do Ensino Público do Estado de Mato Grosso (Avalia-MT/2017), nesta quinta-feira, no Salão Cloves Vettorato do Palácio Paiaguás.
“O relatório do Ministério Público não é contrário [à retomada das obras do VLT]. De maneira alguma. O acordo sugere algumas alterações e isso será feito”, afirmou e
Taques lembrou que, enquanto senador da República, foi contrário ao modal VLT, criticou os adversários por colocarem em dúvida a lisura do processo e classificou como “política da patifaria” os ataques que vem sofrendo. “Jogaram esta bomba no Estado. Eu fui contra o VLT! Aliás, a sociedade estava inebriada pelo VLT. E agora que nós estamos buscando consertar rumos não querem que os rumos sejam consertados. Política não se faz com patifaria, política se faz com coisa séria”, declarou o chefe do Poder Executivo, sem nominar quem seriam os patifes.
Embora não tenha citado nomes, a resposta é destinada à deputada Janaína Riva (PMDB), crítica ácida de seu governo; e a seu pai, o ex-deputado José Geraldo Riva, que defendeu ardentemente a mudança do modal Bus Rapid Transport (BRT) para o VLT, inclusive com forte campanha marketing, no período de 2010 e 2011. Riva convenceu o então governador Silval Barbosa (PMDB) a assumir o modal VLT.
Pedro Taques assegura que nada será jogado para baixo do tapete, mas lamenta que os antigos defensores do VLT, hoje, estejam entre os seus principais detratores. “O que está existindo em Mato Grosso é o seguinte: aqueles que fizeram a patifaria do VLT, no passado, hoje, são contrários ao VLT. Parece uma brincadeira, isso. Tem pai do VLT, tem irmã do VLT, contrário ao VLT, hoje. Se eu fosse um governador irresponsável eu pegaria os vagões do VLT e jogaria na cabeça de algumas pessoas, mas eu não posso fazer isso. Eu tenho que resolver os problemas sem jogar o lixo para baixo do tapete”, sintetizou o governador.
No questão da análise do MPE e MPF, o governador deixou claro que esperava ser comunicado antes que houvesse a divulgação do processo, para a imprensa. “Eu quero expressar o meu total respeito ao Ministério Público Estadual e Federal. Mas todo o nosso relatório foi encaminhado ao Ministério Público justamente para que eles pudessem fazer essas críticas”, disse ele.
O governador pediu que sejam comparados o seu governo com o anterior, no trato das obras do VLT, com o MPE. “Veja a diferença entre a administração passada e a nossa, aliás, quando nós iniciamos os estudos sobre o VLT, foram acompanhados esses estudos pelo Ministério Público Estadual. Eu fiz várias reuniões com promotor de Justiça para avaliar o VLT. Tudo foi acompanhado pelo Ministério Público e, ao final, enviamos para que eles pudessem tomar conhecimento e fazer suas críticas”, justificou Taques.