O deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB) atribuiu a acusação de que foi favorecido com dinheiro desviado da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) ao desespero e chateamento do seu primo e empresário Alan Malouf. A declaração foi dada durante entrevista a rádio Capital FM na manhã desta sexta-feira (6).
Em depoimento a juíza Selma Arruda na quinta-feira (8), o empresário Alan Malouf afirmou que o esquema de corrupção montado na Secretaria de Educação que consistia em favorecer empreiteiras para assumir obras de construção e reforma de unidades escolares favoreceu o deputado Guilherme Maluf e o deputado federal Nilson Leitão, ambos do PSDB. Ele ainda disse que pagou R$ 2 milhões em caixa 2 na campanha do governador Pedro Taques nas eleições de 2014.
“Eu já dei meu depoimento sobre isso, inclusive estive presente no Gaeco, afirmando que o Alan simplesmente está se utilizando de uma situação para envolver políticos, para aliviar a barra dele judicialmente. Para conseguir a delação, a soltura”, declarou Maluf.
O tucano negou as acusações do empresário e justificou que o primo estava enfrenta dificuldades financeiras e deve ter ficado magoado por não ter obtido nenhum tipo de benefício do Executivo nem do Legislativo estadual.
Para o parlamentar, a decisão de Alan Malouf em citar políticos foi uma estratégia adotada pelo primo, que não teria conseguido apoio do governador nem do Legislativo. Ao mesmo tempo, tenta arrastar a ação penal para tribunais superiores, retardando assim uma eventual condenação.
“Eu sei que ele estava passando por dificuldades financeiras e não deve ter conseguido nenhum tipo de benefício, em nível de governo. Talvez a mágoa dele venha disso. O primo virou presidente da Assembleia, o amigo virou governador e ele não conseguiu nenhum benefício financeiro. O que tenho a dizer é que o depoimento dele não acrescentou nada, não mostrou nenhum tipo de prova. Vou continuar na minha defesa e não tenho mais o que falar”.
Revoltado, Maluf ainda argumentou que as declarações contra os deputados e o governador foram as alternativas que restaram a Alan Malouf, após a descoberta sobre as fraudes na Seduc. “Esse raciocínio lógico de empresário, que queria ter benefício que não teve, aí começa a atirar para todos os lados, para conseguir recursos, como foi o que aconteceu. Eles constituíram uma quadrilha, tentando angariar recursos para pagar suas contas. Mas estou muito tranquilo, vou acompanhar as investigações e sempre que for convocado estarei presente”, destacou.