"> Silval diz que Nadaf foi o “arquiteto” para desapropriação de área e desviar R$ 15 milhões – CanalMT
Reprodução

Silval diz que Nadaf foi o “arquiteto” para desapropriação de área e desviar R$ 15 milhões

Diário de Cuiabá

Em depoimento prestado à Delegacia Fazendária (Defaz) no último dia 1º, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) afirmou que o esquema de desvio de recursos por meio da desapropriação de uma área no bairro Jardim Liberdade em Cuiabá foi arquitetado pelo ex-secretário Pedro Nadaf. De acordo com o peemedebista, Nadaf surgiu com esta proposta no ano de 2014, último ano do peemedebista à frente do Palácio Paiaguás.

O esquema visava garantir o pagamento de uma dívida de campanha contraída junto ao empresário Valdir Piran. Conforme o ex-chefe do Executivo estadual, inicialmente Nadaf afirmou que o esquema arrecadaria apenas o montante de R$ 10 milhões, quantia necessária para quitar o referido débito. “O interrogando concordou com a proposta apresentada por Pedro Nadaf e determinou que Chico Lima e Pedro Nadaf executassem os atos necessários para dar andamento à desapropriação”, diz trecho do interrogatório de Silval.

Pouco tempo depois, o ex-governador afirma que se reuniu com os secretários para tratar do assunto. Na oportunidade, o então secretário-chefe da Casa Civil o informou que estava estudando uma forma de executar a desapropriação com um retorno também para os secretários envolvidos, além dos R$ 10 milhões que seriam destinados ao pagamento da dívida com Piran.

Os beneficiados seriam Nadaf, Chico Lima e Afonso Dalberto, que na época dos fatos respondia pela presidência do Intermat, autarquia responsável por efetuar pagamentos de desapropriações. Silval afirma que não se recorda se os secretários Marcel de Cursi e Arnaldo Alves também foram beneficiados, mas garante que ambos auxiliaram na concretização do esquema criminoso.

O esquema ocasionou um rombo de aproximadamente R$ 15 milhões aos cofres públicos. A transação, por sua vez, custou R$ 31 milhões.

Após a desapropriação, 50% do valor retornaram para a organização por meio da empresa SF Assessoria e Organização de Eventos, de propriedade de Filinto Müller.

Deste montante, R$ 10 milhões foram destinados para quitar a dívida com Piran e o restante rateado entre os envolvidos. “A desapropriação foi paga pelo Estado de Mato Grosso em sete parcelas entre os meses de abril a outubro de 2014, bem como que Valdir Piran recebeu os R$ 10 milhões, quitando assim a dívida que o interrogando possuía, contudo, somente depois da Operação Sodoma tomou ciência que a quitação de sua dívida ocorreu através do operador financeiro Filinto Muller”, diz trecho do depoimento do ex-governador.

O esquema veio à tona na terceira fase da Operação Sodoma, deflagrada em março do ano passado. No total, 17 pessoas foram denunciadas pelo MPE por envolvimento neste esquema.


O que achou desta matéria? Dê sua nota!:

0 votes, 0 avg. rating

Compartilhar:

Deixe uma resposta