O ex-secretário-chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf, afirmou, em delação premiada, que o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), senador licenciado Blairo Maggi (PP), e o deputado federal Carlos Bezerra (PMDB) estariam envolvidos em esquemas de corrupção ocorridos durantes as duas últimas gestões de governo do Estado.
O Supremo Tribunal Federal (STF) homologou a colaboração premiada de Nadaf em 10 de março. A informação foi confirmada pela juíza Selma Rosane Santos Arruda, da 7ª Vara Criminal, no início da audiência de instrução referente à 4ª fase da Operação Sodoma, na tarde desta segunda-feira (3).
O ministro Luiz Fux, relator do processo, teria determinado “grau máximo de sigilo” nas investigações que possui dezenas de anexos.
A magistrada, no entanto, não deu mais detalhes sobre a delação porque a mesma foi colocada sob segredo de justiça. Diante disso, existe expectativa de que com a delação de Nadaf e outros alvos da Operação Sodoma que vierem a fazer acordo de colaboração, possam resultar em operações da Polícia Federal contra autoridades com foro por prerrogativa de função, o chamado foro privilegiado.
Pedro Nadaf é réu em diversos processos decorrentes das operações Sodoma e Seven, deflagradas, respectivamente, pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz) e pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e que apuram crimes de corrupção, desvio de dinheiro público e lavagem de dinheiro durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa, entre 2011 e 2014.
Nadaf foi preso em 15 de setembro de 2015, na primeira fase da operação Sodoma e foi solto 10 dias antes de completar um ano preso no Centro de Custódia da Capital (CCC) e na base do Serviço de Operações Especiais (SOE) , após passar a confessar seus crimes diante da juíza Selma Arruda. Em seu acordo de colaboração premiada, Nadaf se compromete a devolver exatamente R$ 17.520,469,30 milhões aos cofres públicos. O reembolso será em dinheiro e entrega de bens a Justiça Federal para leilão.
O Gazeta Digital entrou em contato com a assessoria do ministro Blairo Maggi e com o deputado Carlos Bezerra para comentar o caso, mas, até o momento, não obteve resposta.