O ex-secretário chefe da Casa Civil Paulo Taques presta depoimento na próxima semana na condição de testemunha, no processo que apura a conduta das delegadas Alessandra Saturnino e Alana Cardoso.
Inicialmente, o processo estava sob a responsabilidade da Corregedoria da Policia Civil. Na semana passada, entretanto, o desembargador Orlando Perri, determinou que a investigação voltasse para o âmbito do Tribunal de Justiça.
A medida se deve ao fato de a investigação ter ligação direta com as duas notícias-crimes apresentadas pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT). Além disso, pessoas com prerrogativa de foro já foram citadas.
O esquema de interceptações telefônicas ilegais no âmbito da Policia Militar de Mato Grosso veio à tona com a exibição de uma reportagem em rede nacional. A denúncia foi protocolada na Procuradoria Geral da República (PGR) pelo promotor de justiça Mauro Zaque, que já integrou o primeiro escalão estadual na qualidade de secretário de Segurança Pública.
De acordo com ele, cerca de 120 pessoas foram grampeadas ilegalmente. Entre eles, adversários políticos, jornalistas, advogados e empresários.
O esquema, conhecido como “barriga de aluguel”, se deu por meio da inserção de números telefônicos em uma investigação sobre tráfico de drogas no município de Cáceres.
Entre os alvos dos grampos ilegais estavam a deputada Janaína Riva (PMDB), o jornalista José Marcondes, o Muvuca, e as ex-servidoras Tatiana Sangalli Padilha e Caroline Mariano, além de desembargadores e outras autoridades.
Por conta disso, os coroneis Zaqueu Barbosa, Evandro Lesco e Ronelson Barros, assim como o cabo Gérson Luiz Correia Junior foram presos no mês passado.
Também forma presos o comandante do 4º Batalhão da PM em Várzea Grande, região metropolitana da capital, tenente-coronel Januário Antônio Edwiges Batista, e o cabo Euclides Luiz Torezan, que estava cedido ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). Todas as decisões foram do desembargador Orlando Perri.