Em meio à insatisfação da cúpula do PSB com o retorno do deputado federal Valtenir Pereira aos quadros do partido e já assumindo a presidência do diretório estadual com o aval da executiva nacional, o presidente do diretório estadual do Partido Progressista (PP), deputado federal Ezequiel Fonseca, avalia a possibilidade de criação de um novo grupo político para concorrer ao governo do Estado nas eleições de 2018.
Pela proposta do parlamentar, o PP está de portas abertas para aceitar a filiação do ex-prefeito de Cuiabá, empresário Mauro Mendes, para, a partir daí, viabilizar candidatura própria ao governo do Estado.
“Nós não conversamos oficialmente, mas o Partido Progressista está disposto a fazer uma reunião para que o Mauro Mendes venha a somar conosco e ser uma opção do partido para concorrer ao governo de Mato Grosso”, disse.
O deputado federal Ezequiel Fonseca acredita que o ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes tem o perfil que eleitor mato-grossense espera, que é a de um gestor que consiga concretizar projetos à frente da administração pública.
“Em quatro anos foram concluídas obras importantes em Cuiabá e iniciado o projeto de construção do novo Pronto Socorro. Não é a toa que Mauro Mendes saiu com 80% de aprovação dos cuiabanos. O eleitor mato-grossense carece de alguém com esse perfil na disputa ao governo do Estado”, destaca.
Em 2013, Mauro Mendes e Valtenir Pereira entraram em conflito político por conta da disputa pelo comando do PSB em Mato Grosso. Em razão disso, Valtenir Pereira migrou para o PROS.
Após concretizado o retorno do parlamentar ao PSB, Mauro Mendes divulgou nota pública classificando-a de “uma vergonha”.
Ezequiel Fonseca ainda considera imprescindível para que o projeto de lançar Mauro Mendes ao governo do Estado ganhe força à adesão dos parlamentares do PSB ao PP.
“Nomes como Fábio Garcia, Adilton Sachetti, Mauro Savi, Adriano Silva, Max Russi e Oscar Bezerra podem perfeitamente somar conosco neste projeto alternativo ao governo do Estado”, ressalta.
Atualmente, a legislação eleitoral autoriza somente a troca de partido sem punição de perda de mandato por infidelidade partidária aos detentores de cargos majoritários que são prefeitos, governadores, senadores e o presidente da República.
Aos eleitos proporcionalmente como vereadores e deputados é necessário aguardar o período de abertura da janela que autoriza a troca de partido.
A Emenda Constitucional nº 96/2016, promulgada em 18 de fevereiro daquele ano, abriu um prazo de 30 dias para os detentores de mandatos eletivos mudarem de legenda sem risco de perder o mandato.
O período de abertura para troca de partido dura 30 dias e não tem prorrogação.
Qualquer mudança partidária fora do período que não seja provocada em decorrência de desfiliação por justa causa ou expulsão pode culminar em perda de mandato por infidelidade partidária em ação que pode ser movida pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) nos primeiros 30 dias e depois o mesmo prazo é concedido a agentes políticos e partidos.
Enquanto permanece a indefinição, a bancada do PSB na Assembleia Legislativa representada por quatro deputados estaduais e dois representantes na Câmara dos Deputados já recebeu convites de filiação do PP, PSDB, DEM e PPS.