O pedido elaborado pelo Ministério Público Federal (MPF) para prender preventivamente o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) foi negado nesta quinta-feira (13) pelo juiz federal Vallisney Oliveira, da 10º Vara Federal em Brasília.
A solicitação do MPF foi feita um dia depois que a Justiça concedeu prisão domiciliar a Geddel . De acordo com a petição, os promotores ressaltam elementos que, segundo eles, não foram levados em conta pelo desembargador Ney Bello ao permitir que o ex-ministro cumprisse a pena em casa.
Um dos fatos destacados pelos promotores é decorrente do depoimento inédito prestado pelo doleiro Lúcio Funaro, que acusa o político baiano por ter praticado exploração de prestígio ao tentar interferir no trabalho do Poder Judiciário.
No entanto, o juiz afirmou em sua decisão que os destaques levados ao juízo pelo MPF não são novos e foram avaliados Bello quando determinou a soltura do ex-ministro. Além disso, o magistrado também entendeu que não pode desrespeitar a decisão do desembargador.
Mais cedo, Ney Bello havia determinado que Geddel saísse do sistema penitenciário mesmo sem a utilização do equipamento de monitoramento eletrônico. A decisão foi tomada tendo como base o fato de o sistema carcerário do Distrito Federal não ter disponível as tornozeleiras eletrônicas, normalmente utilizadas nessas ocasiões. Não há também outro meio de monitorar, à distância, os sentenciados.
A defesa de Geddel considerou o novo pedido de prisão uma afronta ao veredicto que decretou a liberdade do ex-ministro. “O pleito de prisão preventiva, dessa forma, nada mais é que verdadeiro terrorismo processual, vã tentativa de sufocar o Poder Judiciário e, ainda mais grave, jogar a opinião pública contra esse juízo, explorando que a ausência de conhecimentos técnicos da população sobre os fatos do processo cause indevida comoção pela decretação de gravosa medida cautelar”, manifestou-se por nota.
Funaro
Em depoimento concedido à Polícia Federal na última sexta-feira (7), o doleiro Lúcio Funaro afirmou que fez várias viagens a Salvador para entregar malas de dinheiro ao ex-ministro. Segundo o relatório policial, “o declarante [Fúnaro] fez várias viagens em seu avião ou em voos fretados, para entregar malas de dinheiro para Geddel Vieira Lima, que essas entregas eram feitas na sala VIP do hangar Aerostar localizado no aeroporto de Salvador (BA), diretamente nas mãos de Geddel”, conforme publicou o jornal Folha de São Paulo.
*Com informações da Agência Brasil