O presidente Michel Temer montou uma operação nos bastidores para evitar a migração de cerca de 10 deputados do PSB para o DEM, partido de Rodrigo Maia, presidente da Câmara.
Nesta segunda-feira (17), Temer pediu ao deputado Danilo Forte (PSB-CE), com quem se reuniu, para agendar um encontro pessoalmente com a líder do PSB na Câmara, Teresa Cristina.
O encontro na casa da líder ocorreu na manhã desta terça (18). O objetivo de Temer, em meio à instabilidade de seu governo, é evitar que Maia se fortaleça com o aumento da bancada do DEM.
Dois deputados de Mato Grosso, Fábio Garcia e Adilton Sachetti, chegaram a ser convidados pelo presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia, para aderirem a legenda. Além deles, a bancada do partido na Assembleia também foi convidada pelos democratas.
Os deputados de Mato Grosso entraram em rota de colisão com a direção nacional do PSB após Garcia votar favorável a reforma trabalhista, na contramão da orientação partidária. O diretório no Estado, que era presidido por Garcia, foi destituído.
Em seu lugar, assumiu o deputado federal Valtenir Pereira, que é desafeto declarado do grupo que comandava a legenda no Estado. Porém, nesta segunda, o juiz Emerson Luiz Pereira Cajango, da 8ª Vara Cível, deferiu liminar reconduzindo Garcia ao comando do PSB.
Se o grupo de deputados descontentes do PSB sair da legenda, o DEM pode se tornar a quinta maior bancada da Câmara – atrás apenas de PMDB, PT, PP e PSDB. Hoje, a bancada tem 29 parlamentares e pode chegar a 40.
Um ministro de Temer afirma que o presidente gostaria que a migração dos deputados fosse para o PMDB, seu partido, e para isso pretende inclusive conversar com o ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho, da ala insatisfeita do PSB, que deve participar do encontro desta terça na casa de Teresa Cristina.
Formalmente, no entanto, Temer nega esse movimento. A alegação é que está conversando com os parlamentares em busca de votos contra a denúncia na Câmara.