Dias atrás, tive a oportunidade de conhecer o Parque das Águas. Realmente, me encantou. Fiquei boquiaberto com o que lá vi.
Comecei a imaginar o que li no ano passado na nossa imprensa sobre o Parque das Águas.
Alguns eram totalmente contra a construção dele, alegando que o dinheiro ali gasto (como que investir no bem-estar da população é “gastar dinheiro”) deveria ser investido em outra coisa.
Quando vi o que foi realizado ali pelo ex-prefeito Mauro Mendes, conclui que aqueles que foram contra aquela obra morreram e se esqueceram de deitar.
Ainda bem que o então prefeito “peitou” estes defuntos ambulantes e realizou essa maravilha, pois, caso contrário, muitos cuiabanos, talvez como gostasse de ver quem contra estava, ainda estaria sentado nas suas cadeiras de balanço na porta da rua.
Hoje não, pode levar para este e outros parques da cidade a sua família para se deliciar de momentos ao ar livre.
Quero sugerir ao prefeito Emanuel Pinheiro três coisas que perpetuarão sua administração (na minha ótica).
Prefeito Emanuel, eu, o senhor e milhares de outros cuiabanos não íamos para a Salgadeira para refrescarmos do nosso sagrado calor. Íamos para a beira do Rio Coxipó, ali mesmo em baixo da ponte de ferro, na Avenida Fernando Correa ou na chácara de amigos nas redondezas.
Nosso humilde povo, que ganha uma miséria, ficaria profundamente agradecido à V. Excia se devolvesse a ele o Rio Coxipó em condições de levar sua família, no fim de semana, para se deliciar em suas águas, dentro da cidade, e sem gastar nenhum centavo com transporte.
Outra sugestão para os trezentos anos que o imortalizaria seria a transformação do nosso Mercado Municipal (da Isaac Póvoas) em um mercado parecido com o Mercado Central de Fortaleza, onde nossos artesãos poderiam comercializar seus produtos e onde tenha um andar com uma praça de alimentação com comidas típicas cuiabanas.
A terceira sugestão, prefeito Emanuel, seria o senhor desapropriar uma casa ou uma construção feita com “taipa socada”, protegê-la de maneira semelhante como se fez com as ruinas de Vila Bela da Santíssima Trindade, para que, daqui a cinquenta ou mais anos, os moradores desta tricentenária capital saibam como nossos antepassados construíram suas primeiras casas.
Nós, eu e o senhor, sabemos disso, mas e os jovens do futuro, ao lerem ou ouvirem alguém dizer “taipa socada” saberão?
Essas “construções” estão cada vez mais escassas na cidade, pois o progresso as leva de roldão. Ou se faz já, ou não haverá mais tempo.
Tem um único viés minhas sugestões: não deixar que nossa cultura e nossas tradições, duramente conquistadas por nossos antepassados, se percam com o decorrer dos anos.
Coisa de quem realmente ama esta terra!
EDUARDO PÓVOAS é odontólogo em Cuiabá, com pós-graduação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).