A Secretaria de Estado de Cidades (Secid) estuda fazer uma recomposição de valores para tentar atrair empresas interessadas em concluir as obras complementares da Trincheira Santa Rosa, localizada na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá. Por duas vezes, o processo licitatório foi considerado fracassado ou deserto.
“Nós, vamos para a terceira licitação e o governador Pedro Taques determinou que até o final de julho seja recolocado o edital de licitação da trincheira Santa Rosa na rua”, informou o titular da Secid, Wilson Santos. “Vamos ver se melhorando os valores, a gente torna a licitação mais atrativa”, acrescentou. A informação foi dada anteontem durante reunião com o prefeito Emanuel Pinheiro.
Santos acredita que um conjunto de fatores levam as empresas a não se interessarem pelo processo, entre eles valores, a fonte de recursos e a obrigação de assumir a responsabilidade pelos serviços anteriores. “Estamos fazendo uma recomposição de preços e deve haver majoração”, reforçou. Até o momento, o serviço complementar está orçado em aproximadamente R$ 4 milhões.
Obra da Copa do Mundo de 2014, a trincheira está com os trabalhos paralisados desde junho do ano passado. De acordo com a Secid, a “Santa Rosa” está com 89,9% da obra executada. Faltam para serem realizados os serviços complementares do projeto, incluindo sinalização e intervenções para garantir a acessibilidade.
A trincheira estava prevista para ser entregue em abril de 2014, mas sofreu adiamentos. A empreiteira Camargo Campos estava responsável pelos trabalhos, mas em 2016 ingressou na Justiça com pedido de falência. Com isso, a obra que atinge 520 metros de extensão está paralisada desde meados do ano passado. O valor global do contrato é de R$ 23,5 milhões.
A obra, inclusive, faz parte dos 22 Termos de Ajustamento de Gestão (TAG) assinado entre Tribunal de Contas (TCE), Estado e empresas. Os TAGs têm vigência até agosto deste ano e objetiva viabilizar a retomada das obras previstas para o Mundial.
PONTE
A exemplo da trincheira Santa Rosa, a Secid também enfrenta dificuldades em encontrar empresas interessadas em fazer a reconstrução da cabeceira da ponte “Benedito Figueiredo”, sobre o Rio Coxipó, entre os bairros Coophema e Praeirinho.
O projeto está pronto e já foi licitado, mas ninguém se interessou. “Vamos recolocar o edital nos próximos dias na rua e, se der deserta novamente, vamos fazer cumprir a lei, e aí, o Estado tem o poder de escolher a empresa”, frisou Wilson Santos. Neste caso, os trabalhos estão orçados em cerca de R$ 650 mil.
Por conta de uma erosão na margem esquerda, a ponte chegou a ter o trânsito interditado, em fevereiro passado. Posteriormente, a passagem foi liberada parcialmente apenas para carros de passeios e motocicletas.