Uma mulher de 34 anos registrou um boletim de ocorrência denunciando ter sido vítima de assédio por um profissional no Pronto Atendimento (PA) do município de Vera (458 km ao norte de Cuiabá). A denúncia foi feita no dia 7, mas somente agora se tornou pública.
A vítima contou que estava com a filha de 11 anos com suspeita de sinusite e foi encaminhada para fazer um raio-x. “Durante o exame, ele pegou na minha cintura e ficou muito próximo de mim. Não é tão apertado o lugar, dava para duas pessoas ficarem lá sem encostar. Depois, ele pediu para repetir o exame porque minha filha tossiu e nesse momento em que foi apertar o botão para tirar o raio-x, ele colocou o braço no meu peito. Quando estava saindo, ele tentou me beijar na boca. Eu virei o rosto e ele passou a boca pelo meu pescoço e meu cabelo”.
A mulher ressaltou ainda que imediatamente denunciou o caso. “Eu procurei a responsável pela UPA e ela pediu para falar com o secretário de saúde. Ele me disse que iria apurar o caso, mesmo assim registrei o boletim de ocorrência. Eu denunciei o caso para evitar que outras mulheres ou até mesmo minha filha passe por essa situação. Conversando com outras mulheres, em um grupo de WhatsApp que participo, descobri que não fui a única vítima. Outras mulheres já passaram pela mesma situação com esse profissional. Mas por medo de críticas elas não denunciam”.
Por meio da assessoria de imprensa, o prefeito Moacir Giacomelli e o secretário municipal de Saúde, Waldir Alexandre Gabriel, informaram que “estão aguardando a conclusão do trabalho que está sendo feito pela Polícia Civil. Como não há indícios que comprovem ilícitos, não há como julgar nem um e nem outro, resta ao município aguardar a conclusão das investigações”.
O delegado Flávio Braga, que está responsável pelo caso, disse que vai ouvir a vítima, o suspeito e também a Secretaria de Saúde para verificar qual o procedimento correto durante os exames de raio-x. Mediante as investigações vai tomar as medidas cabíveis ao caso, que inicialmente é tratado como suposto assédio, mas poderá também se enquadrar em abuso sexual.
A vítima disse que ainda não foi ouvida e desabafou. “Eu não me sinto segura sabendo que ele ainda está trabalhando lá, continua lá como se nada tivesse acontecido. Até agora nada foi feito”.