O negociador europeu do Brexit, Michel Barnier, e seu colega britânico, David Davis, encerram com um almoço de trabalho, nesta quinta-feira (20), a segunda rodada de negociações do “divórcio”.
O objetivo é analisar as discussões realizadas nos últimos dias sobre suas divergências a respeito da “fatura a pagar” e sobre a Justiça europeia – ambos temas espinhosos.
Em um ambiente positivo, esses quatro dias de conversas serviram para explorar as posições de Londres e Bruxelas nos assuntos prioritários no processo do Brexit, explicou uma fonte próxima das negociações, que pediu para não ser identificada.
A conta que Londres deverá pagar com sua saída, os direitos dos cidadãos europeus no Reino Unido e os dos britânicos no restante da União Europeia (UE) e a fronteira na ilha da Irlanda foram estabelecidos como pontos prioritários no divórcio e, em todos, houve progresso, acrescentou a mesma fonte.
Os negociadores também esbarraram nos primeiros desafios dessa tentativa de acordo antes da saída efetiva do Reino Unido da UE. Inicialmente, o Brexit está previsto para valer a partir do final de março de 2019. É o primeiro movimento dessa natureza em seis décadas de projeto europeu.
Em relação à “conta” propriamente, a UE estima em algo entre 55 bilhões e 100 bilhões de euros o “saldo a pagar” por parte do Reino Unido no que se refere aos compromissos assumidos desde que entrou no bloco em 1973, segundo fontes europeias.
Uma Londres reticente a aceitar “obrigações” ainda não apresentou sua posição sobre a fatura, embora tenha reconhecido que deverá pagar algo, segundo a fonte da AFP.
O Tribunal de Justiça da UE se mantém como o principal obstáculo no grupo de negociação dos direitos dos cidadãos, com Londres se opondo à vontade de Bruxelas de que essa alta corte seja competente para resolver os conflitos nessa questão, após o Brexit.
O almoço de trabalho será na representação diplomática do Reino Unido na UE, depois de uma entrevista coletiva na Comissão Europeia.