Líder da bancada federal de Mato Grosso, o deputado federal Victorio Galli (PSC) votou contra a autorização pela Câmara dos Deputados ao Supremo Tribunal Federal (STF) para decidir pela abertura ou não de uma ação penal proposta pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra o presidente da República Michel Temer (PMDB) por suspeita de corrupção passiva.
Em sua avaliação , a decisão da maioria dos deputados federais de rejeitar a denúncia em sessão no dia 2 de agosto foi a mais acertada.
O relatório da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que recomendava a rejeição da denúncia foi aprovado pelo plenário com 263 votos favoráveis e 227 contrários.
Isso porque o parlamentar avalia que o ex-ministro chefe da Casa Civil no governo Lula, José Dirceu (PT), seja nos bastidores o principal articular da delação premiada do grupo J&F que culminou na colaboração premiada dos empresários e irmãos Joesley Batista e Wesley Batista, ambos administradores da empresa JBS Friboi que recebeu mais de R$ 9 bilhões em aporte do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) nos governos Lula e Dilma.
“Após o STF conceder liberdade provisória a Dirceu,mentor intelectual das ações criminosas do PT, todas as tramas começaram. Coincidentemente, atingindo o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves a quem o PT e sua militância pregam ódio”, disse.
Em um cenário no qual a Câmara dos Deputados autorizasse o prosseguimento da denúncia e a Suprema Corte a acolhesse, Temer seria automaticamente afastado do cargo o que levaria o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ), a assumir a Presidência da República.
De acordo com Galli, neste cenário em que Maia seria presidente da República, o PT e grupos políticos de esquerda se uniriam para colocar o ex-ministro dos Esportes Aldo Rebelo (PCdoB) como vice-presidente da República.
A partir daí, de acordo com o parlamentar, o PT e os partidos que considera que como seus linhas auxiliares que são PCdoB, PSOL e Rede Sustentabilidade se uniriam para derrubar Maia e efetivar Aldo Rebelo presidente da República para conduzir o processo eleitoral de 2018.
“Não tenho dúvida de que essa articulação seria feita em conjunto por esses partidos. Isso levaria ao fim do voto impresso nas urnas eletrônicas e permitir fraudes no processo eleitoral como já é frequente na Venezuela. Aldo Rebelo é comunista e ligadissimo ao ex-presidente Lula”.
Galli classificou a permanência de Michel Temer à frente do país como “mal menor”, diante das opções que são apresentadas para sucedê-lo em meio ao cenário de crise econômica e descrédito da classe política.
“O Temer é um mal menor se comparado aqueles que tramam para sucedê-lo. Estamos entre o mal menor e o mal maior. Qual brasileiro sabe quem assumiria a Presidência da República no lugar do Temer? A maioria não sabe!”, critica.
Dos oito representantes de Mato Grosso na Câmara dos Deputados, somente o deputado Saguas Moraes (PT) votou a favor do prosseguimento da denúncia contra Temer.