Maggi rebate Silval e nega ilegalidade em pagamento de R$ 206 milhões

Em nota encaminhada à imprensa, o ministro da Agricultura e ex-governador por Mato Grosso Blairo Maggi (PP) negou veementemente que tenha autorizado o pagamento ilegal de precatórios em favor da empresa Andrade Gutierrez em um acordo político no qual parte do dinheiro seria destinado a compra do apoio de deputados estaduais.
De acordo com o jornal Folha de São Paulo, em reportagem publicada nesta sexta-feira (4), o esquema ilegal de pagamento de precatórios teria sido revelado pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB) em um termo de colaboração premiada firmado com a Procuradoria Geral da República (PGR) e ainda pendente de homologação pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O jornal divulgou que, no exercício do cargo de governador de Mato Grosso, Blairo Maggi teria liderado uma reunião com o então secretário da Fazenda e o próprio Silval Barbosa, na época dos fatos vice-governador, para ajustar a forma de pagamento de um precatório no valor de R$ 260,6 milhões para a Andrade Gutierrez.
O pagamento ilegal, pois estaria violando a regra constitucional de pagamento dos precatórios em ordem cronológica, estaria relacionado a compra de apoio político na Assembleia Legislativa.
Em nota, Maggi negou a existência de qualquer irregularidade nos pagamentos de precatórios durante sua gestão à frente do Palácio Paiaguás. “O rito obedecido no caso dos pagamentos de precatórios à Andrade Gutierrez foi absolutamente legal, com atuação dos órgãos consultivos da estrutura do governo do Estado de Mato Grosso, e de acordo com os procedimentos exigidos”, diz trecho extraído da nota.
Maggi diz que “nunca participou” de qualquer reunião com fins espúrios, como citado na reportagem da Folha de São Paulo.
“Por fim, entendo ser lamentável os ataques a minha reputação, mas estou com a consciência tranquila e assim que tiver acesso ao teor da possível delação usarei de todos os meios legais necessários para me defender, pois definitivamente acredito na Justiça. O momento exige serenidade e responsabilidade”, disse.