"> Silval planejou mandar 8 milhões de euros em propina para a Suíça – CanalMT
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Silval planejou mandar 8 milhões de euros em propina para a Suíça

Sávio Saviola

Em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF) no dia 11 de janeiro deste ano, o ex-secretário de Estado Pedro Nadaf revelou a Procuradora da República Vanessa Marconi Zago que o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) lhe disse que tinha a receber 8 milhões de euros, o equivalente a R$ 24 milhões de reais, a título de propina da empresa espanhola CAF, responsável em fornecer ao Estado os vagões do VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos).

Nadaf revelou que faria uma viagem a Suiça como representante da Confederação Nacional do Comércio, quando foi questionado por Silval Barbosa se tinha conhecimento do sistema financeiro suíço, pois tinha a receber 8 milhões de euros e gostaria de depositar o dinheiro da propina naquele país.

Diante da revelação, o ex-governador compareceu ao Ministério Público Federal para depoimento no dia 5 de julho e confessou o recebimento de propina pelas empresas responsáveis pelas obras do VLT, revelando assim que cometeu crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

Silval Barbosa ainda negou que houve fraude em licitação para escolha das empreiteiras que iriam executar as obras do VLT. Isso porque independente das empresas vencedoras, qualquer uma delas deveria devolver parte dos pagamentos liberados pelo Estado no transcorrer da obra.

O ex-governador ainda revelou que coube a Maurício Guimarães, secretário extraordinário da Copa do Mundo, a missão de cobrar empreiteiras com relação aos retornos dos pagamentos. Por isso, decidiu escalá-lo para dialogar com um representante da CR Almeida, que veio a falecer em 2013.

A ideia de Silval seria garantir o retorno de até R$ 27 milhões para pagar uma dívida de campanha eleitoral.

Esse dinheiro seria destinado a empresa Todeschini Construções e Terraplanagem LTDA que contraiu este empréstimo milionário junto ao Banco Rural em 2010 para financiar a campanha do peemedebista ao governo do Estado.

A partir daí, este diretor da CR Almeida foi até o Palácio Paiaguás e foi recebido pelo então governador Silval Barbosa. Neste diálogo, ficou acertado que o Estado iria cobrar propina de 3% sobre o montante de R$ 600 milhões, o que corresponderia a R$ 18 milhões.

Após o falecimento do diretor da CR Almeida, Silval revelou em seu depoimento que as propinas passaram a ser tratadas com o diretor Arnaldo Manoel Antunes, com o consentimento do presidente do conselho administrativo do Grupo CR Almeida, Marco Antônio Cassou.

O dinheiro da propina era repassado a Constil, de propriedade do empresário João Carlos Simoni, ligado ao grupo político do PMDB.

Essa empresa foi contratada pelo consórcio VLT-Cuiabá de forma terceirizada para ceder máquinas e outros equipamentos para as obras.

De acordo com Silval, o empresário João Carlos Simoni emitia notas fiscais a cada medição das obras com o valor que a Constil tinha a receber acrescido da propina que deveria ser paga.

O ex-governador assegurou que não recebeu diretamente nenhum dinheiro do esquema de propina, uma vez que, ficou acertado que João Simoni destinaria o dinheiro ao Banco Rural para amortizar a dívida de campanha contraída pela Todeschini Construções e Terraplanagem LTDA.


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