Além do grupo J&F que administra a JBS Friboi, outros frigoríficos instalados em Mato Grosso pagaram propina ao ex-governador Silval Barbosa (PMDB) para, em troca, serem favorecidos com redução de tributos cobrados pela Secretaria de Estado de Fazenda. O valor total corresponde a aproximadamente R$ 5,4 milhões.
De acordo com o depoimento do ex-governador no acordo de colaboração premiada firmado com a Procuradoria Geral da República (PGR) e já homologado pelo ministro Luiz Fux do Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 9 de agosto, o grupo Mafrig Global Foods, com unidades em Paranatinga e Primavera do Leste, pagou R$ 5 milhões em propina de 2011 a 2014, período em que Silval Barbosa chefiou o Palácio Paiaguás.
Inicialmente, o responsável em arrecadar o dinheiro da propina era o ex-secretário de Estado Pedro Nadaf. O grupo Marfrig Global Foods já havia doado oficialmente R$ 1 milhão para a campanha de Silval Barbosa ao governo do Estado nas eleições de 2010.
Após a posse de Silval Barbosa como governador reeleito para o período de janeiro de 2011 a dezembro de 2014, a empresa se comprometeu a repassar o mesmo valor, anualmente, agora a título de propina. Em 2013, houve uma transferência de R$ 1,5 milhão, porém, por conta de um problema de registro junto à Secretaria de Fazenda, o montante referente ao ano de 2014 não foi pago.
Toda a transação envolvendo a propina era discutida com os diretores do grupo empresarial e entregue por Nadaf, que se beneficiava de 20% do valor de cada transação.
Os valores arrecadados a título de propina eram repassados por meio de cheques e depositados na conta da empresa Trimec, de propriedade do empresário Wanderley Torres.
Silval Barbosa ainda confirmou em seus depoimentos que também foi favorecido com propinas pagas pelos frigoríficos Mata Boi, sediado em Rondonópolis (225 km de Cuiabá), e Redentor. Porém, disse que não se recordava do valor paga por ambos.