O secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas, prestou depoimento por aproximadamente seis horas, na manhã desta quarta-feira (6), no inquérito conduzido pelo Tribunal de Justiça (TJ) que apura o esquema de escutas clandestinas operado por um núcleo da Polícia Militar.
O depoimento foi concedido à delegada da Polícia Civil, Ana Cristina Feldner, responsável por comandar a investigação. A decisão de investigar o secretário foi do desembargador do TJ, Orlando de Almeida Perri, que atendeu a representação do promotor de Justiça, Mauro Zaque, que denunciou o esquema dos grampos ilegais.
No depoimento, Jarbas teve de se explicar sobre a suspeita de que teria tentado atrapalhar e intimidar as equipes envolvidas na investigação de Feldner na apuração do caso dos grampos.
Isto porque, antes mesmo da instauração de qualquer procedimento, administrativo ou criminal, o secretário resolveu convocar a delegada Alana Cardoso para prestar esclarecimentos, em maio deste ano.
Alana foi a responsável pela condução da ‘Operação Forti’, supostamente utilizada como pretexto para a inclusão de números na interceptação telefônica através da modalidade “barriga de aluguel”, que teve como alvo a ex-amante do ex- secretário Paulo Taques, Tatiane Sangalli, interceptada a pedido do próprio Taques.
O intuito das perguntas feitas por Jarbas a Alana seria o de investigar, por via oblíqua, a participação e a conduta do promotor Mauro Zaque, de modo a encontrar indícios para desqualificar a denúncia que ele fez à Procuradoria Geral da República sobre a existência dos grampos ilegais.
Além disso, Jarbas teria tentado intimidar os envolvidos na investigação. Isto porque ele determinou que a Polícia Civil repassasse uma cópia de uma investigação sigilosa ao ex-secretário Paulo Taques, bem como permitiu que o governador Pedro Taques tivesse acesso a tudo que as investigações vinham apurando.