O juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Marcos Faleiros, se declarou suspeito por motivo de foro íntimo para conduzir a ação penal relativa a Operação Seven que é desdobramento de uma investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Por conta disso, a ação penal será automaticamente remetida a juíza Selma Arruda, que já tem conduzido nos últimos anos os processos criminais envolvendo as principais autoridades públicas de Mato Grosso.
As investigações apontaram a suspeita de um desvio de R$ 7 milhões aos cofres públicos por meio de uma fraude na compra de um terreno localizado na região do Manso em Cuiabá.
São réus no processo criminal o ex-governador Silval Barbosa, os ex-secretários de Estado Pedro Nadaf e Marcel de Cursi, o procurador aposentado do Estado, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, o Chico Lima, o ex-presidente do Intermat (Instituto de Terras de Mato Grosso), Afonso Dalberto, o ex-presidente da METAMAT (Companhia Mato-Grossense de Mineração), Justino Paes de Barros, o médico Filinto Corrêa da Costa e o seu filho, o empresário Filinto Corrêa da Costa Júnior.
Na relação de réus ainda consta o advogado João Celestino da Costa Neto, odiretor do Serviço Social do Comércio (Sesc) em Mato Grosso, Marcos Amorim, o empresário Luciano Cândido Amaral, André Luiz Marques de Souza, Roberto Peregrino Morales e Antônio Magna Batista da Rocha.
A operação ‘Seven’ apontou o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), o ex-secretário Pedro Nadaf e o ex-procurador Chico Lima como líderes de uma organização criminosa que teria se articulado, no final de 2014, para desviar R$ 7 milhões dos cofres públicos estaduais por meio da aquisição fraudulenta e superfaturada, por parte do estado, de uma área de 721 hectares de propriedade de Filinto Correa da Costa.
De acordo com a denúncia, o dinheiro desviado foi usado pelos investigados, por exemplo, para pagamento de dívidas, aquisição de veículos de luxo, empréstimos para terceiros, depósitos nas contas de familiares, aplicações financeiras, operações de factoring e compra de terreno.
“Demonstram os autos que o dinheiro público vazado dos cofres do estado de Mato Grosso serviu não apenas para vanglória pessoal, mas também para ostentação social e política”, afirmou o Gaeco, na denúncia.