O ex-governador Silval Barbosa (PMDB), confirmou em depoimento à Procuradoria Geral da República (PGR) que integra o acordo de colaboração premiada já homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que recebeu R$ 7 milhões em propina para autorizar a cobrança de pedágio em um trecho da MT-130, rodovia que liga os municípios de Rondonópolis a Primavera do Leste.
A quantia foi paga em 22 parcelas de R$ 320 mil pela empresa concessionária Morro da Mesa.
Silval narrou que foi procurado em diversas ocasiões pela direção da empresa concessionária Morro da Mesa que exigiam a assinatura de um contrato administrativo de concessão da rodovia MT-130 para cobrar pedágio dos motoristas.
Após as reuniões, Silval revelou que manteve conversas reservadas com o deputado estadual Ondanir Bortolini, o Nininho (PSD), que mantém relações comerciais com a concessionária Morro da Mesa enquanto empresário.
Silval impôs como condição para autorizar a cobrança de pedágio auxílio financeiro para o pagamento de algumas dívidas de campanha.
Depois disso, o parlamentar retornou ao gabinete do ex-governador e ofereceu pagamento de R$ 7 milhões. Ali, foi combinado o parcelamento de R$ 320 mil em 22 vezes.
O ex-governador diz que os pagamentos foram feitos em cheque emitidos pela Construtora Tripolo LTDA que manteria proximidade com familiares do deputado Nininho.
“Os cheques foram entregues em mãos ao declarante pelo deputado estadual Nininho em seu (declarante) gabinete; que uma vez concluída a negociação, o declarante determinou que o secretário da Sinfra (Arnaldo ou Cinésio), executasse os trâmites necessários para a assinatura do contrato administrativo de concessão no ano de 2011”, relata Barbosa na delação.
Silval utilizou de alguns desses cheques para quitar débitos com empresários e a outra parte repassou para seu filho Rodrigo Barbosa.
“O declarante acredita que tenha utilizado do dinheiro trocado por Rodrigo Barbosa, como também parte desses cheques para pagamento das propinas ao Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso e também para o operador financeiro Valdir Piran, além de deputados estaduais”.
Outro lado
Em nota encaminhada à imprensa, o deputado Nininho explica que seus advogados já encaminharam documentos que servem como prova cabal de que jamais houve ilicitude no acordo da empresa firmado com o governo do Estado.