O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil de Mato Grosso (Sidepo-MT), Wagner Bassi encaminhou uma nota ao presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Rui Ramos, e ao juiz José Arimatéia, presidente da Associação Mato-grossense de Magistrados (Amam) esclarecendo a “marcha” que os delegados fizeram acompanhando o secretário de Segurança Pública afastado, Rogers Elizandro Jarbas, até a sede do TJ para o comprimento do mandado que determinava o uso de tornozeleira de monitoramento.
Jarbas que também é delegado estava em um curso para a categoria na sede da secretaria, quando o mandado foi cumprido pela delegada Ana Cristina Feldner, acompanhada pelo também delegado Flávio Striguetta.
No dia do cumprimento do mandado, cerca de 40 delegados que presenciaram o cumprimento de mandado mostraram apoio a Rogers, chegando a vaiarem Stringuetta e acompanharam o secretário caminhando ao seu lado até o prédio do TJ, onde foi instalada a tornozeleira. Em entrevistas, o presidente do sindicato considerou a medida contra Jarbas como “exagerada”.
O secretário é acusado de atuar de forma incisiva para atrapalhar as investigações do esquema de grampos no Estado. Além disso, teria atuado para investigar o promotor de Justiça e ex-secretário de Segurança Pública, Mauro Zaque de Jesus.
Na nota enviada aos magistrados, o presidente do Sindepo-MT disse que a classe apoia incondicionalmente as investigações, independente de que um membro da categoria possa estar envolvido. “Os delegados de polícia tem absoluto respeito pelas instituições democráticas, notadamente o Poder Judiciário, sendo certo que, para todo delegado de polícia, todas as decisões judiciais devem ser cumpridas imediata e incondicionalmente”, destacou.
Bassi também afirmou que os delegados que acompanharam Rogers até a sede do Tribunal de Justiça demonstraram solidariedade com o colega delegado. “Sem intenção de afrontar o Poder Judiciário, muito menos intimidar a decisão de seu desembargador”, assinala.