O presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Justino Malheiros (PV), afirmou que o excesso de zelo da administração passada em aprovar um duodécimo menor do que o necessário foi o que culminou na crise administrativa na atual gestão. Isso porque na legislatura passada o orçamento aprovado para a nova gestão foi de apenas R$ 42 milhões, sendo que no ano anterior a Casa contava com um orçamento de R$ 45,1 milhões.
“O orçamento de 2016 não foi o correto, e estamos pagando por um erro da gestão passada. Tendo em vista os repasses do ano anterior, no mínimo teriam que ter aprovado o mesmo, mas houve um excesso de zelo que resultou na falta de orçamento e nas exonerações”, disse o vereador.
A crise no Legislativo começou após a suplementação de R$ 6,7 milhões que foi concedida pela prefeitura ter sido suspensa pela Justiça. O Ministério Público argumentou que o decreto apresentou grande possibilidade de ser ilegal, uma vez que foi editado logo após a decisão do Legislativo Municipal de arquivar o pedido de instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com a finalidade de investigar a eventual prática de crime por parte do prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB), quando exercia o cargo de deputado estadual.
Com a suspensão do repasse, 460 servidores foram exonerados e os vereadores fizeram alterações no cronograma de trabalho da Câmara. As sessões que eram realizadas às terças e quintas-feiras, sempre pela manhã, com duração média de 3 horas, acontecerá agora em um único dia, sem reduzir o tempo de duração e com intervalo de 10 minutos entre uma e outra.
A expectativa do presidente é que com o orçamento previsto para o ano que vem de R$ 49 milhões, a Casa volte a funcionar normalmente. “Nós estamos passando por uma dificuldade e a casa não está em um ritmo de normalidade, estamos fazendo as sessões no mesmo dia, realizando rodízios entre os servidores efetivos que estão trabalhando”.