O ex-governador Silval Barbosa pediu sua desfiliação do PMDB e não faz mais parte da sigla. Ele estava no partido desde 2002, tendo sido eleito deputado estadual, vice e governador do Estado. A informação foi confirmada pelo presidente regional do partido, deputado federal Carlos Bezerra.
O pedido de desfiliação foi feito em outubro, quase dois meses depois de firmar seu acordo de colaboração premiada, homologado pela Procuradoria Geral da República (PGR) – que citou diversos políticos de Mato Grosso, inclusive o próprio Bezerra.
De acordo com Bezerra, a direção aceitou o pedido de desfiliação sem objeções – e o desligamento do partido ocorreu dia 20 de outubro. Para ele, os casos de corrupção em que Silval se envolveu e denunciou não ferem a imagem do partido que já constroi o projeto político para 2018.
Em sua delação, Silval citou políticos do próprio partido, como o deputado Romoaldo Júnior, Carlos Bezerra e o prefeito Emanuel Pinheiro.
Além deles, foram citados outros políticos, como o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), o governador Pedro Taques (PSDB), os senadores Wellington Fagundes (PR) e Cidinho Santos, o ex-secretário Eder Moraes, entre outros.
Além de “entregar” os esquemas, Silval se comprometeu a devolver mais de R$ 70 milhões. Por isso, teve que se desfazer de fazendas, aeronaves, imóveis residenciais – e fazer o depósito em uma conta judicial no valor de R$ 23,4 milhões.
Não apenas Silval, mas seus familiares também firmar acordo de delação premiada. A ex-primeira dama Roseli Barbosa, esposa de Silval, o filho dele, o empresário Rodrigo Barbosa e o irmão, Antônio da Cunha Barbosa, mais conhecido como Toninho, também fizeram revelações sobre corrupção em gestões passada do Estado.
Além deles, o ex-chefe de gabinete de Silval, Sílvio César Corrêa Araújo, que disse considerar Silval “como um pai”, também é colaborador na investigação que é considerada “monstruosa” por desvendar um esquema de corrupção que só não é maior do que a Lava Jato.