O conselheiro de contas, Gonçalo Domingos de Campos Neto, foi eleito por unanimidade ao cargo de presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) para atuar no biênio 2018-2019. Ele já ocupava o cargo desde meados de setembro, quando os demais cinco conselheiros titulares (Antônio Joaquim, José Carlos Novelli, Sérgio Ricardo de Almeida, Waldir Teis e Valter Albano) foram afastados por decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da operação Malebolge.
Para a mesma gestão de Campos Neto, também foram eleitos os conselheiros interinos Luiz Henrique Lima, para o cargo de vice-presidente, e Isaías Lopes da Cunha para corregedor-geral do TCE.
No momento de sua posse, Campos Neto citou o exemplo de seu pai Ary Leite de Campos, que também foi presidente do TCE por três vezes e afirmou que pretende trabalhar igual ou melhor que o genitor e seguir seus ensinamentos.
“Meu pai teve a oportunidade de presidir a Casa já por três vezes e, agora, depois de um tempo, o filho volta. Então, isso nos dá o compromisso de ter a responsabilidade de fazer senão igual, melhor. É isso que me estimula a ser cada vez mais um servidor público de Mato Grosso. Com garra, determinação e união de todos os servidores que vão fazer um bom trabalho e mostrar pra sociedade isso com o tempo”, disse.
Campos Neto foi o único candidato apto a disputar a presidência e contou com o apoio dos colegas, que lhe garantiram votação unânime.
Antônio Joaquim, José Carlos Novelli, Sérgio Ricardo de Almeida, Waldir Teis e Valter Albano estão impedidos de exercer seus cargos por determinação do STF desde o dia 14 de setembro, quando a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão tanto nos seus gabinetes no TCE, quanto em suas residências.
Os cinco foram citados na delação do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), que afirma ter feito em seu governo acordo de pagar R$ 53 milhões em propina para os conselheiros em troca da falta de fiscalização em obras de pavimentação de rodovias, contempladas com o programa MT Integrado, além de aprovar as contas de gestão do ex-governador.
No dia da operação Malebolge, que foi a 12ª fase da operação Ararath, dezenas de agentes federais ficaram por quase 10 horas nas dependências da Corte de Contas para vasculhar todos os gabinetes dos alvos. Todos eles negam as acusações.