O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta quarta-feira que buscará a reeleição na disputa presidencial agendada para março de 2018. Caso conquiste mais uma vitória no pleito, será o quinto mandato do político russo que, desde 2000, é a principal figura de governo do país, seja na condição de presidente ou de primeiro-ministro.
“Eu apresentarei minha candidatura para o posto de presidente da Federação Russa”, disse Putin a um público de operários em uma fábrica de automóveis na cidade de Nizhny Novgorod, acrescentando que “não há melhor lugar ou oportunidade para apresentar minha candidatura”. “Nosso país é feito de pessoas como vocês”, disse em meio a aplausos dos funcionários.
Pela manhã, Putin participou de uma cerimônia em Moscou na qual deu pistas sobre suas intenções. Ao perguntar à plateia de uma premiação de voluntariado se as pessoas o apoiariam em uma possível reeleição, o presidente russo ouviu um ‘sim’ em uníssono dos presentes, segundo informou a rede russa RT. “Quando eu tomar a decisão, levarei em conta essa reação”, disse.
Pesquisas de opinião indicam que Putin ganharia a votação facilmente, estabelecendo a base para que ele estenda seu domínio sobre o cenário político russo por uma terceira década. Caso seja reeleito, o político, de 65 anos, servirá por mais seis anos no posto. Com exceção do período entre 2008 e 2012, quando assumiu o cargo de primeiro-ministro sob o governo do aliado Dmitri Medvedev, Putin foi o único oficial a assumir a cadeira da Presidência russa neste século.
De acordo com pesquisa conduzida pela agência independente Levada em agosto, a aprovação de Putin na Presidência é de 83%, enquanto os números para Medvedev, atual primeiro-ministro do país, ficam na casa de 48%. No mesmo levantamento, os parlamentares em atividade em Moscou tiveram a atuação rejeitada por 57% dos entrevistados.
Embora os números sejam favoráveis, Putin é alvo frequente de críticas da comunidade internacional e da oposição no país, que acusa o político de conduzir um regime autoritário, repressor e corrupto. Alexei Navalny, um dos principais rivais do presidente russo, está proibido de concorrer nas eleições de 2018 devido a acusações de fraude. Em setembro, ele foi detido pela políciaquando pretendia seguir para Nizhny Novgorod, cidade que serviu de palanque para o anúncio da nova candidatura de Putin, onde participaria de um comício. A ação pública não havia sido autorizada por Moscou.
(com Reuters)