Somente para ficar aqui no bairro onde moro: assaltaram uma farmácia por três vezes em três dias seguidos; diversas residências tiveram o mesmo destino, nos últimos dias, e reforçaram a segurança do prédio em que resido, por conta de várias tentativas de invadi-lo.
Outro dia, os jornais anunciaram que um restaurante foi assaltado e seus clientes ficaram sem suas carteiras e documentos pessoais. Um vexame! Os roubos de carros crescem exponencialmente.
O dilema é o seguinte: se ficarmos em casa, corremos o mesmo risco que se estivéssemos nas ruas.
A sociedade está presa num círculo vicioso. Os malfeitores são presos e soltos em seguida, por causa de fatores como a superlotação de presídios.
O que fazer, meu caro leitor? O primeiro impulso é ir para o exterior, ser feliz em outro País. É certo que muitos fizeram ou vão fazer este caminho.
Entretanto, a grande maioria do povo brasileiro que vive aqui neste ramerrão não sabe, não quer e nem tem para onde ir.
Eu já disse, em um artigo nesta coluna, que iria para Nova Zelândia! Mas o que eu vou fazer do outro lado do mundo? Eu não guardei nada lá! É aqui a minha terra, a minha pátria, o meu berço e eu não quero morrer de tédio, solidão ou banzo fora daqui.
Enfim, acostuma-se com tudo, até com o sofrimento! Sintoma de um masoquismo atávico!
A impressão é que estamos em marcha batida para o caos. Se esta afirmação for verdadeira, é preciso esperá-lo, pois assim começará a tão sonhada ordem, como afirma um provérbio chinês.
A violência é apenas um dos mais graves problemas que temos. Não cabe a mim e nem a você que me lê encontrar soluções para a violência e para outros tantos e tão graves problemas que assolam o País!
Olho para cima, para baixo e de lado e não vejo quaisquer das lideranças que almejam o mando, nas próximas eleições de outubro, uma promessa segura de nos tirar deste beco sem saída.
Aqui em Grosso Mato, parece que tudo continuará como dantes no quartel de Abrantes.
A Câmara normalmente renova em torno de 40% dos seus membros. Não encontrei dados percentuais de renovação do Senado que nesta legislatura é de 2/3.
Entretanto, creio que o percentual deve se igual ou parecido com o da Câmara. Então, qualquer candidato que se eleger presidente da República irá encontrar dificuldades para governar com o fisiologismo endêmico das casas de leis.
O famoso toma lá dá cá. Este é o Brasil brasileiro!
Precisamos, desesperadamente, de administradores e gerentes eficientes da coisa pública. E vou mais além: precisamos de reformadores!
Entretanto, podemos cair nas mãos de um Trump piorado; da esquerda inepta, incompetente e corrupta; ou quem sabe, na esperança de aparecer um Macron ou, até mesm,o um Macri portenho!
A sorte está lançada. Espero, constrito, que o Criador nos livre de cair nas mãos do capeta.
RENATO GOMES NERY é advogado em Cuiabá.
rgnery@terra.com.br