O ex-secretário de Saúde do governo Sérgio Cabral, Sérgio Côrtes, deixou a prisão por volta das 15h30 desta quinta-feira (8). Ele estava preso na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio, desde abril do ano passado. A decisão de liberar Côrtes foi do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribuna Federal (STF).
Ao deixar a cadeia, Côrtes chegou a ser alvo de gritos de manifestantes que estavam na porta do presídio. O ex-secretário também passou certa dificuldade ao tentar fechar a porta do carro.
Côrtes foi preso durante a Operação Fatura Exposta, desdobramento da Lava Jato no Rio que investigou fraudes em licitações de próteses para o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into). O ministro determina que o ex-secretário entregue o passaporte em até 48 horas e permaneça em recolhimento domiciliar à noite, nos fins de semana e feriados.
O ministro Gilmar Mendes entendeu que o caso do ex-secretário é semelhante aos dos empresários Miguel Iskin e Gustavo Estelita, também presos na Lava Jato, e soltos também pela decisão do ministro.
Investigação
As prisões foram pedidas a partir da delação premiada de César Romero, que trabalhou com o ex-diretor do Into, ex-secretário executivo de Côrtes na Saúde, e foi o resposável por entregar todo o esquema. A delação foi homologada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal.
A operação Fatura Exposta investigou fraudes em licitações para o fornecimento de próteses para o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into). Os investigadores afirmam que, entre 2006 e 2017, os desvios chegaram a R$ 300 milhões.
De acordo com as investigações, quando era diretor do Into, Sérgio Côrtes teria favorecido a empresa Oscar Iskin, da qual Miguel é sócio, nas licitações do órgão.
Gustavo Estellita é sócio de Miguel em outras empresas e já foi gerente comercial da Oscar Iskin. A empresa é uma das maiores fornecedoras de próteses do Rio.