Além dos deputados estaduais Eduardo Botelho (PSB) e Mauro Savi (PSB), o ex-deputado federal Pedro Henry (PP) também é alvo da “Operação Bereré”, deflagrada nesta segunda-feira (19) por agentes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) e Polícia Civil para apurar fraudes no Detran (Departamento Estadual de Trânsito).
Pedro Henry foi citado como beneficiário do esquema no órgão pelo irmão do ex-governador Silval Barbosa, o empresário Antônio Barbosa, que delatou o esquema na Procuradoria Geral da República (PGR). Ele relatou aos procuradores federais que iniciou discutindo o esquema com o ex-deputado Pedro Henry. Pouco depois, começou o recebimento de propina.
“Assim que aceitei receber os valores, após a reunião com o deputado federal Pedro Henry, recebi no primeiro mês a importância de R$ 100 mil, que se repetiu mais uma vez, no mês seguinte”, disse o irmão do ex-governador.
A operação tem por objetivo desmantelar uma organização criminosa, que atuava junto ao Detran, com objetivo de desviar recursos. Ao todo, são cerca de 40 mandados expedidos pelo Tribunal de Justiça do Estado. Eles são cumpridos em Cuiabá, Sorriso e Brasília. Além dos deputados e ex-deputado, são alvos servidores públicos, empresários e empresas.
A operação tem como base a delação do ex-presidente do Detran, Teodoro Moreira Lopes, o “Dóia”. Nos depoimentos aos promotores de Justiça e delegados da Polícia Civil, Dóia teria dado detalhes sobre os bastidores dos supostos esquemas, citando valores de propinas, como e onde o dinheiro era sacado, nomes de quem as recebiam e destinatários finais.
O esquema rendia cerca de R$ 1 milhão por mês de propina. O dinheiro era sacado numa agência do Banco do Brasil no Distrito Industrial, em Cuiabá.
Um dos contratos que teria fraudes é o firmado com a empresa FDL Serviços de Registro, Cadastro, Informatização e Certificação de Documentos Ltda. (atual EIG Mercados Ltda.), responsável pelo registro de financiamentos de contratos de veículos, necessário para o primeiro emplacamento.
Volumes milionários de dinheiro teriam em tese saído da FDL, em forma de propina, e alimentado uma organização criminosa desde 2009. O irmão do ex-governador Silval Barbosa, empresário Antonio Barbosa, em delação premiada junto a Procuradoria Geral da República, também entregou o esquema.
Ele admitiu ter recebido propina relativo ao contrato com a EIG Mercados.