Quando vejo as “autoridades” que comandam a segurança pública deste pais sentadas à mesa para discutir soluções para os milhares de problemas que vem aniquilando a população brasileira, lembro-me de alguns amigos meus de Minas Gerais que se sentavam as dez da manhã em uma mesa de baralho e só se levantavam as dez da noite, e você só escutava um grito: truco!
Essas autoridades caminham no mesmo sentido, com as mesmas ideias e com os mesmos planos de quando a roda foi inventada.
Não tem a humildade de reconhecer de que seus planos, suas ações e suas atitudes estão indo na direção do além. Nenhuma diferença tem estas comissões que se propõe melhorar nossa segurança, com a roda de truco de meus amigos, a não ser o grito.
Não há como acreditar de que pessoas de conhecimento ilibado na área possam achar que esse caminho que vem trilhando há séculos seja o correto.
Sábado o Jornal Nacional reproduziu entrevistas com vários ex governadores do estado do Rio de Janeiro falando um monte de abobrinha tentando convencer a população de que o “salvador da pátria” estava no ar.
Ao verem hoje esta reportagem, esses caras de pau deveriam enfiar o pescoço na areia.
O problema da segurança pública está no Congresso Nacional, ali é que se aprovam leis frouxas. A verdade é que o bandido perdeu há muito, o medo da polícia. Ele sabe os números dos artigos do código penal de cor e salteado, coisa que talvez um estudante de Direito não saiba, sabem também que nossas leis o colocarão fora da cadeia em poucos dias, ou talvez horas.
Esse negócio de dizer que a polícia prende e a justiça solta, na grande maioria das vezes, o delegado, o juiz ou o Desembargador apenas cumpre a infame lei aprovada por um Congresso que tem Tiririca e Cia Ltda.
Tocar no nome do Exército Brasileira dá em muitos tremedeira na perna, na mão e no pescoço pois acham que isto ameaça à democracia. O diretor da Policia Federal não viu motivo de uma mala com quinhentos mil reais ser prova contra ninguém, muito menos ameaçador ao regime democrático. Durma-se com um barulho destes.
A polícia tem receio de encostar a mão no safado, pois se assim o fizer, quem vai pra cadeia é ele e não o bandido. Exemplo temos de sobra país a fora.
E o “de menor” que quando mata um pai de família ou estupra uma mulher, de maneira nenhuma praticou um crime e sim um “ato infracional”. Sabe o canalhinha juvenil que tem um manto a protege-lo chamado ECA que necessita mais cedo ou mais tarde ser incinerado em praça pública.
Só balela! Criar Ministério da Segurança Pública é tentar enganar o povo brasileiro. É jogada política de quem está no fundo do poço.
A segurança vai melhorar no momento em que o bandido for colocado no seu devido lugar, que é e sempre foi inferior as forças policiais. Tratar bandido de fuzil na mão, com buque de rosas, é “touche” demais né?
Se assim continuar, vamos comprar novos baralhos pois o truco não acabará tão cedo.
EDUARDO PÓVOAS é odontólogo em Cuiabá .