O ex-presidente da Federação do Comércio de Mato Grosso (Fecomércio-MT) e ex-secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf, utilizou recursos da própria entidade para ‘bancar’ uma ‘namorada’. Uma ação que tramita na 2ª Vara de Direito Agrário de Cuiabá aponta que dois cheques nominais do órgão, nos valores de R$ 8,5 mil e R$ 9,5 mil, teriam sido sacados da boca do caixa por Narjara Barros, companheira de Nadaf.
Os cheques foram sacados em 2015 e fazem parte da ação movida pelo presidente afastado da Fecomércio, Hermes Martins, contra João Flávio Barbosa Salles, que tomou posse do cargo em fevereiro deste ano. Na ação, Martins tenta ser reconduzido a presidência da federação.
Hermes Martins foi afastado do cargo por 180 dias no último dia 14 de fevereiro. Os conselheiros do órgão alegam que ele tentava obstruir processos de responsabilização da gestão de Nadaf, que teria utilizado o órgão em proveito próprio.
A ação relata que Pedro Nadaf teria utilizado a entidade para ‘lavar’ R$ 426 mil em cheques que foram depositados nas contas da Fecomércio sem origem comprovada. Posteriormente, os valores foram sacados em quantias menores por pessoas ligadas a Nadaf – como Narjara, por exemplo.
Pedro Nadaf renunciou ao cargo na Fecomércio após ser preso na primeira fase da operação “Sodoma”, em setembro de 2015. Para deixar a prisão, ele firmou acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR).
O ex-secretário foi condenado pela juíza Selma Rosane Santos Arruda, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), a 7 anos e 2 meses em regime semi-aberto em dezembro de 2017.