O deputado federal Adilton Sachetti (PRB) disse que não se filiou ao Democratas (DEM) pela falta de espaço dentro do partido, que em nível estadual deve “acomodar” os interesses do ex-governador Jayme Campos e do ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes. Sachetti estava de saída do PSB e em conversas avançadas com o DEM, porém, optou por ingressar nas fileiras do PRB já pavimentando seu caminho para uma disputa ao Senado Federal nas eleições de 2018.
Em declaração, Sachetti relatou que iria se filiar ao DEM juntamente com o também deputado federal Fábio Garcia, com o objetivo de ser candidato a reeleição. Porém, em outubro de 2017, e após a morte de sua esposa, ele decidiu tirar uma licença da vida pública por 120 dias para “reorganizar sua vida pessoal”.
Nesse meio tempo, Garcia acabou se filiando ao partido sem a presença do colega, e o Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, declarou que não iria disputar cargos eletivos, o que acabou movimentando os bastidores da política Mato-Grossense. “Não tínhamos clareza, eu e o Fábio, que iriamos para o DEM. Tínhamos alternativas. Uma delas era o PRB. Como daí surgiu a oportunidade de irmos para o DEM, estava tudo certo para ir. Como eu saí de licença, chegou o dia do Fábio se filiar lá. E nesse meio tempo o Blairo saiu. Eu tenho que brigar com dois pretendentes a cargos majoritários. É melhor achar um outro lugar porque daqui a pouco vai lá: sai os dois candidatos do mesmo partido. Busquei um espaço para viabilizar minha candidatura”, disse ele.
Recém filiado ao Democratas, o ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, vem dando sinais públicos de que uma candidatura ao Governo do Estado ou ao Senado depende unicamente dele – a despeito do partido possuir dois caciques poderosos no Estado, os irmãos e ex-governadores Jayme e Júlio Campos.
Sachetti disse também que espera que Blairo Maggi, apesar de oficialmente já ter declarado que não participará das eleições de 2018, escolhe seu nome nas urnas. “Eu acredito que sim. Ele falou que não vai subir no palanque de ninguém. Mas apoio não é só subir no palanque. Só o fato dele dizer que não vai… E pela relação pessoal que nós temos, [ele] não vai me deixar” , confia Sachetti.
Questionado se é possível fazer uma previsão sobre o cenário nas eleições de 2018, Sachetti afirmou que até o dia 5 de agosto deste ano, data limite imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para registro de candidaturas e coligações, “muita coisa vai acontecer”.
Numa rápida avaliação, ele elogiou o governador Pedro Taques (PSDB), apesar de dizer que “certas coisas deixaram a desejar” em sua gestão. “Eu não vou dar avaliação. É o eleitor quem tem que avaliar o Governo. Tem coisas que foram positivas e outras que deixaram a desejar. Isso não tem como esconder”.