Mato Grosso tem 1,63 médicos por mil habitantes, ao todo o Estado conta com 5.436 profissionais. É o que aponta pesquisa Demografia Médica 2018, realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com o apoio institucional do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). No Centro-Oeste, Mato Grosso é o Estado com menos médicos. O estudo divulgado ontem mostra ainda que a maioria dos profissionais estão em Cuiabá.
Com a média de 1,63 médicos a cada mil pessoas o Estado acaba ficando com 25% a menos do que a média nacional. A média nacional de médicos é de 2,18 profissionais. Dos 5.436 médicos no Estado 60,7% são especialistas. A idade média de formação dos médicos é de 18 anos. Em Mato Grosso são 2.133 médicas, 39,2% e 3.303 médicos 60,8%.
Cuiabá tem 4,64 profissionais por mil habitantes. No entanto, com uma população de 3,3 milhões de habitantes, Mato Grosso tem 5.436 médicos, o que resulta numa proporção de 1,64 profissionais por mil habitantes nos demais municípios. Comparando Cuiabá aos municípios do interior a desigualdade na distribuição de médicos é de 4,78 por mil habitantes da Capital sobre o interior. No interior de Mato Grosso são 2.697 profissionais, uma média de 0,98 médicos a cada mil pessoas. Em Cuiabá são 2.739 médicos média de 4,68 profissionais a cada mil pessoas.
Apesar do Brasil apresentar crescimento de 23% dos médicos sete anos. No ano passado, estavam registrados 451.777 profissionais, ante 364.757 contabilizados em 2010, a desigualdade na distribuição dos profissionais pelo país é marcante. Enquanto o Distrito Federal tem 4,35 médicos por cada mil habitantes, o Maranhão oferta 0,87 médico para o mesmo grupo de habitantes.
São Paulo, por exemplo, tem 83 mil especialistas, mais do que o Nordeste, o Centro-Oeste e o Norte juntos – que somam 81,6 mil profissionais. No Tocantins, há mais médicos sem título do que especialistas. No Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Santa Catarina e Paraná, para cada dois médicos com título de especialista, há um médico sem especialização.
Triste realidade – Nas 3.802 localidades de até 20 mil moradores há menos de 0,40 médico por mil habitantes. Ou seja, em 68,3% das cidades brasileiras, há menos de um médico para mil moradores. Contudo, a situação é mais grave em 1.235 municípios brasileiros com até 5 mil habitantes que têm razão média de 0,30 médicos por grupo de mil habitantes.
Por sua vez, nas 268 cidades com população entre 100 mil e 500 mil habitantes a razão é de 2,14. E nas 42 com mais de 500 mil habitantes a taxa é de 4,33 profissionais por mil moradores. O grupo das cidades maiores (acima de 500 mil habitantes) conta com 14,4 vezes mais médicos que o grupo das menores (até 5 mil habitantes).
Levantamento – De 1920 a 2017, o total de registros de médicos no País saltou de 14.031 para 451.777 (crescimento de 2.219,8%). No mesmo período, a população foi de 30.635.605 para 207.660.929 habitantes (aumento de 577,8%). Pelos dados, ao longo de 97 anos o total de médicos cresceu 3,7 vezes mais que o da população em geral. No entanto, esse fenômeno se acentuou nas últimas décadas. De 1970 até a atualidade, o total de profissionais da medicina cresceu 665,8%, ou 7,7 vezes. Por sua vez, a população brasileira aumentou 119,7%, ou 2,2 vezes.