A Executiva Nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB) suspendeu o diretório regional da legenda em Mato Grosso. A direção da sigla no Estado será destituída nos próximos dias para formação de um novo quadro, onde todos os componentes devem ser trocados.
A medida foi anunciada pelo presidente nacional, Carlos Siqueira, nesta terça-feira (10). Ela é reflexo da saída do deputado federal Valtenir Pereira. “Abrimos o processo de destituição e vamos fazer a comunicação. Esta é uma decisão unanime da direção nacional do partido. O partido não admite o que ele fez com o PSB”, completou o presidente nacional da legenda.
A nacional teria detectado uma série de irregularidades na direção da legenda durante o período em que o parlamentar esteve à frente da siga. “A nossa situação ficou muito grave pela falta de compromisso do deputado Valtenir Pereira. Ele entrou no partido para reorganizar, fez uma travessia para o grupo do temer, e aí veio com a história de ir para o MDB e ficar controlando o PSB. Nós não vamos permitir isso. Isso é absolutamente inaceitável. O nosso partido terá outro rumo e nós daremos nos próximos dias longe dele. Ele não pode nem sentir o faro do PSB, ele tem que ficar muito distante da gente”, explicou Siqueira revoltado.
Valtenir deixou o PSB na última semana para se filiar novamente ao MDB. Ele estava no comando do Partido Socialista desde junho do ano passado, quando se filiou a sigla e foi colocado na presidência da legenda em Mato Grosso pelo próprio presidente nacional.
O parlamentar substituiu o deputado federal Fabio Gacia, que foi destituído por votar a favor da reforma trabalhista de Temer. Com a intervenção, Garcia e os deputados estaduais Eduardo Botelho, Mauro Savi e o suplente de deputado Adriano Silva, foram para o DEM. Já o deputado Adilton Sachetti se filou ao PRB. Além disso, também perderam o ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (DEM), que pode vir a ser candidato ao Governo do Estado no pleito de outubro deste ano.
Diante do imbróglio, quem irá conduzir a formação de uma nova direção estadual do partido é o deputado estadual Max Russi, único parlamentar que permaneceu na legenda. “O Max é filiado por anos no partido e terá total respaldo da direção nacional”, garantiu Siqueira.
Questionado sobre o fato de o parlamentar garantir o apoio do partido a reeleição do governador Pedro Taques, o presidente afirma que não vê problema algum. “Se a decisão for apoiar o governador Pedro Taques não há nenhuma dificuldade, porque o PSB, em várias partes do país, é coligado com o PSDB”, finalizou.
A decisão da Nacional revoltou o ex-secretário geral do PSB em Mato Grosso, Milton Simplício. Por meio de uma nota de repúdio, ele acusou Siqueira de ter rasgado o estatuto do partido com esta atitude.
Para ele, a destituição da legenda em Mato Grosso é uma decisão “ditatorial”. “Essa atitude dele é traição ao seu compromisso como presidente de respeitar o estatuto e seus filiados. Uma pessoa que não sabe ouvir e respeitar a decisão da maioria dos filiados não está apta a dirigir um partido em âmbito nacional”, rebateu.