Júlio Cezar Domingos Rodrigues, colaborador premiado e réu em uma ação por desvios na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), faltou audiência designada para a última sexta-feira, dia 27 de abril, e deve passar a ser assistido pela Defensoria Pública (DP-MT).
A medida deve ocorrer visto que Rodrigues advoga em causa própria. Na última audiência, a advogada Camila Bianchini Fernandes foi nomeada para representar o réu.
Na mesma ocasião foi expedida notificação para que Domingos Rodrigues se manifeste sobre a constituição de novo advogado particular. Residindo em São Paulo (SP), ele também deve ser interrogado por carta precatória.
O caso que gerou a ação, conhecido como Operação Ventríloquo, visou desmantelar uma organização criminosa instalada na Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso e que teria desviado milhões de reais dos cofres públicos.
De acordo com o Gaeco, no período compreendido entre os anos de 2013 e 2014 deputados estaduais constituíram uma organização criminosa com o objetivo de saquear os cofres da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso. Entre os nomes envolvidos estão os parlamentares Gilmar Fabris (PSD), Mauros Savi (DEM) e Romoaldo Junior (MDB). O ex-deputado José Riva é apontado como líder do esquema.
No mesmo período os investigados teriam ocultado e dissimulado a natureza e a origem dos valores provenientes da infração penal cometendo o crime de lavagem de capitais.
Na época, a Assembleia Legislativa contratou um seguro junto ao antigo Bamerindus Companhia de Seguros na década de 90 (hoje HSBC, que o incorporou), porém, não quitou os valores devidos, o que levou à Seguradora ingressar com a ação de execução no ano de 1997.
Foi promovido então um acordo irregular, desviando cerca de 9,5 milhões dos cofres públicos. O advogado Joaquim Fábio Mielli Camargo, que representava a instituição financeira, delatou o esquema.