O jornalista e apresentador Edivaldo Ribeiro, do site o Bom da Notícia, divulgou a totalidade da entrevista junto ao ex-secretário de Estado de Fazenda, Eder Moraes Dias. O político acusa duramente o Ministério Público de Mato Grosso (MPE). Trechos revelam ameaças e crimes no órgão.
“Tive uma discussão com o promotor Clóvis Almeida que rendeu até ameaça de morte. Tudo isso está registrado em boletim de ocorrência. Ele teve uma discussão com um filho meu, menor de idade, e eu sai um pouco das estribeiras. Aí, uma pessoa que você registra uma reclamação contra ele, no Ministério Público, um BO contra ele, que você tem uma briga policial contra ele, essa pessoa pode assinar uma ação de improbidade contra você? Ele é suspeito para isso. Faço questão. Quando erram comigo, vou até as últimas consequências. Eles não perdoam ninguém. O couro come. Então vai comer daqui para lá também”, afirmou Eder.
O político figurou como braço direito em governos liderados por Blairo Maggi e Silval Barbosa. Justamente por sua atuação no Poder Executivo, Eder é considerado o responsável pela engenharia financeira de um suposta organização criminosa responsável por desviar e lavar cerca de R$ 500 milhões, números apontados pela Operação Ararath.
Na entrevista, ainda sobre o Ministério Público, o ex-secretário revela supostos crimes cometidos na instituição.
“Eu conheço o Ministério Público de Mato Grosso e fui o autor da denúncia das cartas de crédito. A história que eles contam é uma, mas a verdade é outra. A origem delas é podre, baseada em anotações feitas a lápis. É não só improbidade, como lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito, emissão irregular de moeda, corrupção passiva e ativa. Tem que ser investigada a construção da sede do MPE. Por que ninguém nunca mexeu com isso? Qual o receio de mexer com isso. As denúncias pipocam de todos os lados, em relação a construção daquele prédio. De notas fiscais rasuradas. Mas tem que ter peito e coragem, para saber que amanhã ou depois vão fazer qualquer tipo de situação para tirar o crédito da acusação. Quando acusei o MP, não tinha nenhuma condenação em nada. Hoje falam que sou um condenado de 100 anos, mas só veio isso depois que fiz as denúncias”
Eder comentou ainda a atuação de Marcos Bulhões, chefe do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
“Para mim, procurador que sai de casa, tomando café da manhã, ouvindo música no carro, filmando e dirigindo, para mandar no Whatsapp, antes da operação, é alguém que tem algum problema mental. O Marcos Bulhões, que é o chefe do Gaeco, dentro do Florais, e postou isso, no dia da operação, como se fosse uma alegria arrebentar com a vida de inocentes. Para mim foi uma coisa proposital, feita para prejudicar a minha imagem e da minha família. O MP costuma te tratar como a pior raça que existe no mundo. Algo no país precisa ser feito. Respondo todos os processos e cumpro todas as condenações, mas não aceito a pecha de que desviei dinheiro público ou que sou corrupto. Vou provar isso”.