A fotografia está presente na minha vida desde quando eu era pequena. Não, não sou fotógrafa ou coisa do tipo, apenas uma colecionadora de fotos. Acredito que esta é uma forma de eternizarmos momentos únicos da vida.
Aprendi isso com meus pais. Em minha casa sempre tivemos o costume de registrar todos os momentos em fotografias. Minha infância foi toda eternizada. Por conta disso, cresci em uma casa cheia de porta-retratos e quadros nas paredes.
Por ser filha única, minhas poses e caras e bocas reinavam na casa. Até hoje, 90% das fotos que meus pais fazem questão de expor nas estantes e prateleiras são minhas.
São dezenas de fotos de quando era bebê, nas mais diversas poses fofas e engraçadas que se pode imaginar. Fotos de aniversários, de festas de fim de ano, das apresentações na escola, da primeira comunhão, dos jogos de futebol dos meninos e muitas, mas muitas fotos dos momentos do dia a dia. Enfim, de cada momento.
As fotos, geralmente, eram tiradas pelos meus próprios pais com aquelas máquinas que tinham que revelar o filme. Fotos amadoras, muitas vezes sem foco algum, mas que eternizaram momentos incríveis. Graças a elas que me recordo de tudo que meus pais me proporcionaram durante a minha infância.
À medida que fui crescendo, a quantidade de fotos diminuiu um pouco, mas ainda assim há momentos que precisam ser registrados para sempre serem lembrados.
A evolução tecnológica e a explosão das máquinas digitais e celulares modernos facilitaram o registro de momentos importantes. Mas, na era digital, em que as fotos ficam arquivadas no computador, como eternizar as lembranças?
Apesar de ser adepta as modernas formas de se tirar uma foto, e adorar as redes sociais para compartilhar momentos, ainda gosto de ver uma boa foto revelada e ouvir a história daquela foto.
Será que isso ainda vai acontecer? Será que meus filhos vão ter a oportunidade de ver um álbum de fotos e escutar histórias sem usar o computador ou o celular?
Fotografia digital é ótima, mas bom mesmo é fotografia revelada. Aquela que podemos guardar na carteira, colocar em um porta-retrato ou simplesmente pegar para olhar quando der vontade de reviver momentos bons de nossas vidas.
KAMILA ARRUDA é jornalista em Cuiabá.