Gerência de Combate a Crimes de Alta Tecnologia (Gecat) abre investigação para apurar origem e veracidade de uma lista, que circula nas redes sociais, acusando mais de 70 homens de serem agressores e assediadores, em Cuiabá. Cinco deles já registraram boletim de ocorrência e, de acordo com a polícia, não há denúncia de violência doméstica contra eles.
Delegado responsável pela Gecat e que está à frente das investigações, Eduardo Botelho diz que teve conhecimento da lista, de maneira oficial, no início da tarde desta quinta-feira (7).
A polícia irá solicitar, oficialmente, às redes sociais que retirem a lista do ar. Posteriormente, as investigações seguem para identificar onde surgiu a lista e a autoria. Autores podem responder por crime contra honra.
“Estou recebendo as vítimas, os homens com nomes na lista, e ouvindo-as. Cinco rapazes já vieram confeccionar o boletim, mas são muitos. É uma acusação grave. Os nomes desses jovens foram inseridos sem motivo algum nessa lista. Eles não estão ligados a nenhum crime de violência doméstica. Primeiro passo será solicitar a retirada dessa lista de circulação e depois descobrir quem a criou”, contou.
Um dos acusados na lista e que já procurou a Polícia Civil, Luan Zanol, 22, disse que a princípio deu pouca importância para o assunto. Somente temeu quando vários amigos começaram a encaminhar a lista, o questionando se tinha conhecimento.
“Quando vi tamanha proporção da lista, me preocupei e busquei o que ela significava. Quando soube que era sobre agressores contra meninas, vi que era uma situação muito séria. A informação que eu tenho é que saiu de um grupo e foi compartilhado, nomes começaram a ser acrescentados.
Ele destaca que fez a denúncia, mas não tem ideia de quem são “as meninas que iniciaram isso”. “Mas também não tenho intenção de expor elas, mas deveriam ter buscado a polícia e não criado a lista”, disse.
Segundo Luan, conhecidos dele, que também estão na listagem, já disseram que também vão registrar a ocorrência.
Outro rapaz acusado na lista, mas pediu para não ter o nome citado, disse que não tem o que temer. Não mora em Cuiabá há dois anos e ficou surpreso por ter nome envolvido. O jovem reconhece que trata-se de assunto e acusação séria e delicada, mas não tentará nenhuma medida contra o que ele qualifica ser uma possível “brincadeira de mau gosto”.
A reportagem entrou em contato com mais três vítimas que não quiseram se pronunciar, informando apenas que iriam buscar providências.
Gecat
Conforme a Polícia Civil, em 2018 aproximadamente 400 procedimentos operacionais foram instaurados pela Gecat. Quase metade trata-se de crime contra a honra violado pela internet.