Primeiro ex-governador de Mato Grosso a ser preso, Silval Barbosa tem compartilhado seus conhecimentos sobre política com a imprensa do estado. A última avaliação dele foi em relação ao seu sucessor, Pedro Taques (PSDB) que, segundo Silval, teria passado de pai da moralidade a criminoso.
O ex-governador afirma que Taques, como muitos que chegam ao poder, se disfarçam de “paladinos da moralidade”, mas depois começa a aparecer a verdade.
“Eu falei na minha delação, eu fiz acordo com o Pedro Taques. Eu arrumei, via JBS, dinheiro para a campanha dele, está no meu acordo. Todo mundo fala. É só ler e ver. Está se comprovando tudo de errado que ele fez, está fazendo e o que vai aparecer ainda”, explica Silval.
A descoberta de casos como os de Taques e, mais recentemente, da senadora Selma Arruda (PSL) seriam positivos para o estado, na visão do ex-governador. “Isso é bom para Mato Grosso, vai passando a limpo. Eu espero que a minha colaboração, pelo menos mostrou a imprensa aí, que o Estado já recuperou mais de R$ 2 bilhões, fruto da nossa colaboração”.
Ele espera que o seu caso sirva de exemplo para que a classe política não volte a cometer os mesmos erros. “Isso não é só o dinheiro, tem que também mudar a cabeça de quem está no poder e daqui para frente. Tem que levar a sério mesmo. É isso. Hoje eu reconheço, me arrependo, peço desculpas para a população”.
Para Silval, a questão não é só reconhecer o erro, mas também pagar pelo que fez, o que ele diz estar fazendo através do acordo de colaboração premiada. “Quando você erra, assume que erra e quer contribuir, tem que ser como pedagógico pelo menos, tudo aquilo que fez de errado para que as pessoas não venham a cometer os mesmos erros”.
Outro lado
O ex-governador Pedro Taques foi contatado via telefone, mas não atendeu ou retornou às ligações.