Uma semana depois da entrega do pedido de investigação do Sindicato dos Agentes de Fiscalização de Cuiabá (Sindasfimc) à Câmara de Vereadores sobre a conduta do vereador Abílio Júnior (PSC), a Comissão de Ética ainda nem recebeu o pedido e, por isso, não há previsão do início das investigações. Segundo o sindicato, o parlamentar desrespeitou os servidores, e queria que os fiscais “burlassem” as regras para atendê-lo.
Segundo o presidente do Sindasfimc, Paulo Henrique Figueiredo, o vereador não solicitou acesso ao processo, conforme a Legislação determina, e ainda queria que os servidores “fossem no veículo dele [particular] para fazer a fiscalização”.
Depois desse tentativa o vereador ainda afirmou que os fiscais não “queriam trabalhar” porque a obra em questão é na casa do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
“O vereador chegou na Secretaria de Ordem Pública e exigiu a fiscalização, burlando as normativas do temos como fiscais. Ele tem o direito de ter acesso, mas precisa encaminhar um pedido com a solicitação”, esclarece o presidente.
Se esse pedido tivesse sido feito, de acordo com Figueiredo, o vereador teria constatado que a fiscalização já havia interditado a obra, feito recomendações e estava acompanhando o caso. E que os 102 fiscais seguem um cronograma de trabalho, por isso não é possível “sair a qualquer momento” apenas porque o vereador exigiu.
“É uma falta de respeito e essa conduta deve ser investigada pela Comissão de Ética da Câmara, que é quem pode tomar as medidas cabíveis”, analisa o presidente.
Entenda o caso
A situação que motivou o pedido do sindicato ocorreu em 09 de maio, quando o vereador Abílio Júnior foi até à casa do prefeito “vistoriar” a obra que ele afirmou estar em situação irregular. Em vídeos divulgados em suas redes sociais, o vereador disse que pediu a fiscalização da Prefeitura, mas teve sua solicitação negada porque se tratava de uma construção na casa do prefeito.