Derrotado nas urnas em 2018, em sua campanha para se reeleger deputado estadual, Oscar Bezerra está de volta à Assembleia Legislativa em lugar de Faissal Calil (PV), que pediu licença do cargo por quatro meses. Em sua avaliação, foi sua própria “soberba”, a sensação do “já ganhou”, que o levou a não conquistar o mandato, e não os efeitos que poderia ter em sua imagem a citação do seu nome na delação feita pelo ex-governador Silval Barbosa.
Bezerra era presidente da CPI das obras da Copa do Mundo 2014, instaurada em 2015 na Assembleia, e Silval o acusou de ter pedido R$ 15 milhões para livrá-lo, no relatório, de envolvimento nas irregularidades em obras inacabadas. Silval, em delação, disse que pagou R$ 200 mil a Bezerra referente a dinheiro emprestado e que o ex-deputado ainda lhe cobrava R$ 350 mil. As acusações a Bezerra fizeram parte da delação premiada de Silval homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A esposa do deputado, Luciane Bezerra, também foi filmada recebendo dinheiro de Sílvio Correa Araújo, ex-chefe de gabinete do ex-governador.
Em entrevista ao Jornal do Meio Dia, da TV Vila Real, Oscar Bezerra disse que a citação do seu nome na deleção não teve nenhuma influência nas eleições. ”Não teve nenhuma. Acredito, sim, que tudo na nossa vida tem um propósito do nosso criador. Muitas vezes a autoconfiança, até mesmo a soberba, de achar que está tudo resolvido, nos deu o resultado que aconteceu”, admitiu.
Em 2018, faltaram cerca de 250 votos para que Oscar Bezerra fosse reeleito nas eleições pelo PV. Em todo o Estado, ele obteve 11.827 votos, dos quais 2.574 foram conquistados em Juara, sua base eleitoral.
Nesse período em que ficou afastado do parlamento estadual, Oscar Bezerra se dedicou aos seus negócios, cuidando das empresas. “Excepcionalmente bem vividos, seis meses sem ser deputado estadual”, disse, se referindo ao período que ficou afastado.
Ele também aproveitou para elogiar o deputado Faissal Calil, que lhe deu a oportunidade de voltar à Assembleia. Conforme a assessoria de Faissal, ele saiu de licença no dia 21 de agosto, por quatro meses, sem remuneração, para fazer tratamento no joelho. Bezerra disse que ia fazer uma pesquisa, mas para ele, é a primeira vez que um deputado pega a licença para tratar a saúde sem remuneração.
“Eu fui deputado e peguei duas ou três licenças e, em todas, teve remuneração porque foi para fazer tratamento de saúde”, disse Bezerra. Segundo ele, como Faissal justificou a licença para tratar de assuntos pessoais, não teve o direito à remuneração. “Ele está fazendo algo diferenciado, e a população deve valorizar o grande deputado que Faissal é”, acrescentou.(FolhaMax)