O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, convocou seu gabinete para reunião emergencial nesta segunda-feira, 2, para tratar de uma possível antecipação das eleições gerais no Reino Unido. Deverá ainda reunir-se com a bancada conservadora para ameaçar os membros não favoráveis ao Brexit sem acordo com a expulsão.
As eleições ocorreriam antes de 31 de outubro, o dia da saída do Reino Unido da União Europeia, segundo o jornal The Guardian. O anúncio não deve ser imediato. Johnson quer esperar as votações já programadas no Parlamento, que retoma suas atividades na terça-feira, mas entrará novamente em recesso por determinação do primeiro-ministro.
Johnson está pressionado por uma parcela de seu partido que não quer que o Brexit ocorra sem um acordo com os europeus. Essa hipótese não só tragaria a nação a uma crise econômica como colocaria em risco a paz entre a Irlanda (europeia) e a Irlanda do Norte (britânica). Os conservadores preocupados com esse cenário se dispuseram a votar com a oposição trabalhista, liderada por Jeremy Corbyn.
Em último caso, esses mesmos rebeldes conservadores estão se aliando à oposição para para assumir o controle do Parlamento e atar as mãos do governo com uma legislação que impediria um Brexit sem acordo. Com o controle do Legislativo, Corbyn terá as condições para ver aprovada uma moção de censura contra Johnson e assumir o posto de primeiro-ministro.
“Se não votarem com o governo na terça-feira, eles (os conservadores rebeldes) estarão destruindo a posição de negociação do governo e entregando o controle do Parlamento a Jeremy Corbyn”, disse uma fonte do gabinete responsável por angariar votos, que é responsáveis pela disciplina partidária.
“Qualquer membro conservador do Parlamento que fizer isso será destituído como angariador de votos e não será um candidato conservador em uma eleição”, completou.