A PF (Polícia Federal), em conjunto com a Caixa Econômica Federal e a Polícia Militar do Estado de São Paulo, deflagrou nesta quarta-feira (10) a Operação Covideiros. O objetivo é combater fraudes relativas a saques indevidos do Auxílio Emergencial ocorridas, em especial, na zona leste de São Paulo.
Os policiais federais cumprem 8 mandados de busca e apreensão (sendo 5 em São Paulo, 1 em Morrinho/CE, 1 em Quixeré/CE e 1 em Russas/CE) e 2 mandados de prisão temporária na capital paulista. Os mandados foram expedidos pela 4ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo.
Segundo a PF, os crimes são cometidos por uma associação criminosa que atua da seguinte forma: os dados de cartões cidadãos pertencentes a reais beneficiários são clonados em casas lotéricas localizadas no Ceará, e, na sequência, são produzidos os cartões clonados no estado de São Paulo.
As senhas vinculadas aos cartões clonados são recadastradas em casas lotéricas da zona leste de São Paulo. Segundo a polícia, os funcionários são cooptados pelo grupo, recebem instruções remotamente e ficam com parte dos lucros gerados com as fraudes.
Com o esquema, os fraudadores conseguem efetivar os saques. O problema é que o real beneficiário fica sem o benefício que é de seu direito.
Os suspeitos, de posse de inúmeros cartões clonados, se dirigem ao autoatendimento de agências bancárias, em horários de pouca movimentação, e realizam os saques, de acordo com a investigação.
Participam da ação mais de 40 policiais federais, além de 40 policiais militares e 14 funcionários da Caixa. É feito também o monitoramento, em tempo real, de salas de autoatendimento de agências da Caixa.
Os investigados vão responder por furto qualificado e associação criminosa e podem pegar até 11 anos de prisão.
A operação foi denominada Covideiros porque é assim que os fraudadores do benefício, concedido em virtude da pandemia de covid-19, têm sido chamados pelos órgãos de persecução penal.