Com dois votos favoráveis e um contrário, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal de Cuiabá aprovou o pedido de abertura de processo de cassação de mandato contra o prefeito Emanuel Pinheiro MDB) e o afastamento do cargo por até 180 dias. Caberá ao plenário do Legislativo composto por 25 vereadores decidir se afasta ou não Emanuel Pinheiro do cargo de prefeito.
A CPI investigou a suspeita de que houve tentativas de obstrução à Justiça pelo prefeito e e recebimento de propina enquanto exerceu o mandato de deputado estadual na gestão do ex-governador Silval Barbosa (MDB). Já foi exibido nacionalmente um vídeo em que o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) recebe maços de dinheiro do ex-chefe de gabinete Silvio Cézar Corrêa de Araújo que corresponde a R$ 50 mil em seu paletó. O dinheiro seria propina paga pelo ex-governador Silval Barbosa, conforme o próprio revelou em seu termo de colaboração premiada firmada com o ex-governador Silval Barbosa.
Mesmo com a recomendação do vereador Toninho de Souza (PSD) de arquivamento da CPI sob a alegação de que os fatos foram anteriores ao mandato de prefeito, o vereador Joelson Nascimento elaborou um relatório paralelo que veio a ser aprovado também pelo vereador Marcelo Bussiki (PSB). Nele, é citado que o prefeito Emanuel Pinheiro é suspeito de obstrur investigações feitas pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF).
Ainda foi incluído no relatório a suspeita de improbidade administrativa em tese praticada pelo prefeito. De acordo com Bussiki, a gravação feita pelo ex-secretário Alan Zanatta, sem o consentimento do delator Sílvio Corrêa, que era o chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa e responsável pelas gravações dos parlamentares recebendo mensalinho no Palácio Paiaguás, seria motivo claro de obstrução.
Bussiki também afirma que ficou comprovado que Emanuel Pinheiro recebeu dinheiro oriundo de propina e que as imagens ganharam repercussões nacionais.
O relatório também rechaça a defesa do prefeito, que diz que o dinheiro recebido em que ele coloca em seu paletó seria referente a uma dívida que Silval teria com o seu irmão, Marco Polo, o ‘Popó’, a respeito de pesquisas de campanha.
Além disso, o relatório será compartilhado com os Ministérios Públicos Federal e Estadual – MPE e MPF, para investigar suposta organização criminosa, concussão e improbidade.