A reconstituição da morte da adolescente Isabele Ramos, que ocorreu no dia 16 deste mês no condomínio Alphaville, onde a adolescente de 14 anos morreu com um tiro na cabeça em 12 de julho, apontou que o empresário Marcelo Cestari não ouviu o disparo da arma de fogo efetuado pela sua filha, também de 14 anos.
Conforme o programa Cadeia Neles, Cestari estava sentado na cozinha durante a reconstituição do caso, acompanhado por um promotor de Justiça. Os tiros não foram ouvidos devido ao vidro que separa a sala dos fundos da casa, além do barulho da televisão que estava ligada. Em depoimento, o empresário relatou que ouviu um barulho “choco”, como se uma porta batendo e por este motivo não percebeu que era o disparo de uma arma de fogo.
Durante a simulação, foram simulados outros três disparos. Após prestar atenção, o promotor também ouviu o barulho que não identifica claramente ser um tiro. Segundo ele, foi possível ouvir um “estalo abafado”.
RECONSTITUIÇÃO
A reconstituição da morte da adolescente Isabele Ramos, 14, morta no condomínio de luxo Alphaville 1, em Cuiabá, ocorreu entre a noite de terça e madrugada da última quarta-feira. Os trabalhos duraram cerca de 6 horas.
Conforme a Polícia Civil, foram simulados três disparos de arma de fogo em diferentes ângulos. Foram analisadas a versão da adolescente autora do disparo e os apontamentos no laudo da perícia, além de falas de testemunhas que estiveram no local logo após o disparo.
Todas as pessoas intimadas pela Polícia Civil, incluindo a família da adolescente que efetuou o disparo e de Isabele Ramos, compareceram ao local.
Somente a autora do disparo não participou da reconstituição. A jovem apresentou laudos psicológicos afirmando que não estaria em condições de fazer o procedimento.
A defesa da família da autora do disparo, representantes do Ministério Público, além de advogado ligado à família da vítima também acompanharam os trabalhos.
A reprodução da morte visa confrontar os laudos apresentados até agora com a versão da adolescente autora do disparo. Os envolvidos apontaram onde estavam no momento do disparo e como encontraram a cena da morte da adolescente.
O namorado da autora do disparo também esteve no local. Ele foi o responsável por levar a arma que matou Isabele para a mansão. Segundo as informações, ele pretendia vender a arma para o empresário Marcelo Cestari, pai da menina que efetuou o disparo. O case com a pistola ficou no local porque ele temia ser parado numa blitz.
Para representar as duas personagens mais importantes do assassinato – Isabele Ramos (a vítima) e a amiga dela que disparou a arma – a Polícia Civil “escalou” atrizes com a mesma altura e peso delas.
Alguns atos foram reproduzidos individualmente e outros coletivamente, conforme a dinâmica dos fatos e a versão de cada participante. Após a reconstituição, os delegados da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) e da Delegacia dos Direitos da Criança e do Adolescente de Cuiabá (Deddica), que presidem o inquérito, passam a analisar se serão necessários novos depoimentos.
O delegado Wagner Bassi estima que a conclusão do inquérito deva ocorrer em dez dias após o laudo pericial da reprodução. Este prazo pode variar de acordo com a complexidade do ato. (FolhaMax)