O autor de um ataque a duas mesquitas na Nova Zelândia em março de 2019 no qual matou 51 muçulmanos foi condenado nesta quinta-feira (27) a prisão perpétua, sem liberdade condicional, tornando-se a primeira pessoa a receber essa sentença no país.
“Seus crimes são tão perversos que mesmo que ele seja mantido na prisão até a morte, isso não esgotará a punição e a sentença que eles exigem”, disse o juiz do caso, Cameron Mander, do Tribunal Superior de Christchurch, na audiência.
O homem foi condenado por 51 assassinatos, 40 tentativas de assassinato e por terrorismo.
No ataque, ele usou armas semiautomáticas e transmitiu parcialmente ao vivo as imagens através de redes sociais. As vítimas estavam nas mesquitas de Al Noor e Linwood, na cidade de Christchurch, quando as orações tradicionais de sexta-feira aconteciam.
A sentença foi declarada após três dias em que mais de 90 sobreviventes do atentado e familiares das vítimas prestaram depoimentos à justiça neozelandesa.
Em março, ele havia se declarado culpado de todas as acusações e decidido abrir mão de sua defesa.
O juiz do caso, que no tribunal descreveu os acontecimentos em detalhes e falou sobre cada uma das vítimas, explicou que o massacre “não tem cabimento aqui e em nenhum lugar”.
Pelas 51 acusações de assassinato, o homem foi condenado a prisão perpétua sem liberdade condicional. Cada uma das 40 acusações de tentativa de homicídio acarretou uma pena de 12 anos de prisão, e o crime de terrorismo, outra pena perpétua.
A decisão sem precedentes de Mander de aplicar prisão perpétua sem liberdade condicional se baseia em uma reforma legislativa introduzida há uma década para os crimes mais graves de assassinato.