Se curar da Covid-19 nos dias de hoje é apenas a primeira etapa vencida. Após essa fase, as pessoas devem ficar atentas as possíveis sequelas pós-aguda da doença de coronavírus que pode durar 3 meses, mas prevê-se que altere substancialmente a vida de milhões de pessoas em todo o mundo .
Sintomas cardiopulmonares, incluindo dor torácica, falta de ar, fadiga e manifestações autonômicas, como taquicardia ortostática postural, são comuns e estão associados a incapacidade significativa, ansiedade aumentada e conscientização pública.
Uma série de anormalidades cardiovasculares (CV) foi relatada entre pacientes além da fase aguda e inclui inflamação do miocárdio, infarto do miocárdio, disfunção ventricular direita e arritmias.
Prevê-se que o COVID-19 altere a trajetória de longo prazo de muitas doenças cardíacas crônicas que são abundantes naqueles em risco de doença grave.
Nesta revisão, discutimos a definição de COVID longa e sua epidemiologia, com ênfase nos sintomas cardiopulmonares. Revisamos ainda os mecanismos fisiopatológicos subjacentes à lesão CV aguda e crônica, a variedade de sequelas CV pós-aguda e o impacto do COVID-19 na saúde de vários órgãos.
As complicações cardiovasculares na fase aguda do COVID-19 já são bem conhecidas, mas as manifestações tardias no coração ainda não estão tão claras.
Um amplo estudo recentemente publicado analisou mais de 150 mil indivíduos com COVID-19, e revelou que, mesmo após os primeiros 30 dias após a infecção, os pacientes estão com risco aumentado de doenças cardiovasculares tais como arritmias, doenças cardíacas isquêmicas e não isquêmicas, pericardite, miocardite, insuficiência cardíaca e doença tromboembólica.
Estes riscos são evidentes mesmo entre aqueles que não foram hospitalizados durante a fase aguda da infecção e assim como, naqueles hospitalizados e admitidos em Unidades de Terapia Intensiva.
Esse estudo revelou que são substanciais os riscos de algum tipo de doença cardiovascular nos sobreviventes da COVID-19 aguda após o primeiro ano.
Dessa forma fica bem evidenciada a necessidade de uma atenção especial à saúde cardiovascular daqueles que foram acometidos por essa infecção, tanto nas formas leves como nas mais severas.
A COVID-19 também está associada a uma maior propensão a complicações trombóticas.
Aproximadamente 21% de todos os pacientes hospitalizados com COVID-19 apresentam tromboembolismo venoso (TEV ) sintomático mesmo com a profilaxia de rotina da trombose, em comparação com 0,9-2,9% em pacientes de alto risco não-COVID-19 usando profilaxia
Em pacientes graves com COVID-19 internados na UTI, 31% dos pacientes sofrem de TEV, em comparação com 5% em pacientes com COVID-19 não internados na UTI .
Essas observações implicam que o COVID-19 provoca hipercoagulabilidade em pacientes hospitalizados, cujo mecanismo ainda precisa ser elucidado.
Portanto se você teve covid-19 de forma fraca ou forte faça exames cardiológicos pós-covid e faça a fisioterapia se for indicada, mas procure um médico. Sua saúde acima de tudo.
Max Lima é médico especialista em cardiologia e terapia intensiva, conselheiro do CFM, médico do corpo clínico do hospital israelita Albert Einstein, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia de Mato Grosso(SBCMT), Médico Cardiologista do Heart Team Ecardio no Hospital Amecor e na Clínica Vida , Saúde e Diagnóstico. CRMT 6194
Email: maxwlima@hotmail.com