Você conhece ou já ouviu falar de uma pessoa que acordou surda ou parcialmente sem audição? Esse acometimento no ouvido tem nome, é a surdez súbita e acometeu recentemente a atriz brasileira Mariana Rios.
Caracterizada por ser uma perda de audição rápida, a surdez súbita é uma perda de audição rápida e inexplicada, geralmente em um ouvido, de instalação repentina ou em até 3 dias. Deve ser considerada uma emergência médica. Qualquer pessoa que experimente essa perda auditiva repentina, deve consultar um otorrinolaringologista imediatamente.
Dentre todas as causas de perda auditiva, uma das mais traumáticas é a que chamamos de Surdez Súbita. O nome resume bem a situação que normalmente se apresenta, de alguém sem queixas prévias e que, subitamente, sente sua audição em um dos ouvidos piorar.
Além da redução da capacidade de audição, outros sintomas da surdez súbita são zumbidos, vertigens ou a sensação de pressão no ouvido, como se estivesse tampado.
Existem várias causas implicadas na surdez súbita, mas muitos desses pacientes acabam sem um diagnóstico preciso. É raro que se trate de algo grave embora em cerca 10% dos casos a causa pode ser um tumor benigno do nervo auditivo conhecido como Neuroma (ou Schwannoma) do nervo acústico. Outras causas são genéticas, autoimunes, vasculares, infecciosas ou traumáticas.
O fator mais importante quando se pensa em Surdez Súbita é a urgência, o tempo. Frente a perda súbita de audição, um atendimento médico otorrinolaringológico deve ser feito de preferência no mesmo dia, no dia seguinte ou assim que possível. Como o exame clínico é na maioria das vezes normal, é necessário o exame de audição imediato e exames periódicos para que se tenha o acompanhamento da doença.
Quando se revela a perda de 30 ou mais decibéis em 3 ou mais frequências testadas em um dos ouvidos, confirma-se o diagnóstico de surdez súbita. Caso o paciente tenha outras queixas não relacionadas a audição (neurológicas, dermatológicas, visuais) deveremos solicitar exames específicos que nos ajudem a investigar a causa da surdez. A história do uso recente de medicamentos também deve ser colhida devido a chance de toxicidade.
Uma ressonância nuclear magnética deve ser feita em todos os pacientes para se afastar a chance de lesões do nervo auditivo ou do sistema nervoso central, conforme mencionado anteriormente.
Como na maioria das vezes ficamos sem o diagnóstico preciso da causa, a maior atenção é dada ao tratamento da surdez súbita.
Embora várias modalidades já tenham sido apresentadas e usadas, o consenso mais recente da academia americana de otorrinolaringologia recai sobre o uso de corticóides orais ou em aplicações intra-timpânicas. Muita atenção tem sido dada a esse último método nos últimos anos devido aos riscos relacionados ao uso de corticoides orais em altas doses e períodos prolongados. Além disso, com os métodos atuais de endoscopia e microscopia, a aplicação intratimpânica de corticoides pode ser realizada em consultório em algumas sessões, com baixíssimos índices de complicações. Porém esse é um procedimento médico, exclusivo do otorrinolaringologista.
Infelizmente muitos pacientes permanecem com sequelas auditivas e raramente podem ter uma perda auditiva total (surdez profunda) como sequela.
Em todos os casos de sequelas há opções de tratamentos de reabilitação, seja como aparelhos auditivos, o uso do sistema Cross ou implante de prótese osteoancorada.
Em alguns países, especialmente na Europa, muitos pacientes com surdez profunda unilateral têm recebido implante coclear para recuperar a audição binaural e suas vantagens. Entretanto, esse método ainda não está aprovado nos EUA nem no Brasil para esse fim.
Por último, como em quase todas as questões de saúde, vale lembrar que uma vida saudável, cuidados gerais de saúde e de prevenção da surdez, evitando os fatores de risco para a mesma são importantes sempre.
Mesmo com o avanço tecnológico e científico dedicados à saúde, muitas dúvidas permanecem e continuarão. Mesmo um estresse evitado pode ser a melhor maneira de evitar a surdez ou outros problemas de saúde.
Veja a seguir alguns dos principais sinais de alerta!
1 – Dificuldade para se comunicar em lugares ruidosos
2 – Leitura labial durante a conversa
3 – Escuta de zumbido
4 – Tem intolerância a sons intensos
5 – Dificuldade para ouvir aparelhos eletrônicos
6 – Isolamento social
7 – Depressão
Atento a esses sinais, insira como rotina seu exame anual de audição com um otorrinolaringologista!
Vanessa Moraes é fonoaudióloga e audiologista
Fonte: O Documento